O Expresso de hoje faz-se eco do apelo de umas dezenas de personalidades para a construção de um compromisso em torno do interesse nacional. As personalidades, gosto imenso desta designação, solicitam que os partidos e as lideranças políticas se entendam em torno do interesse nacional e das graves dificuldades que enfrentamos.
É sempre importante o pensamento das personalidades e a expressão dos seus entendimentos mas certamente as personalidades saberão que estão a pedir o que no nosso país parece impossível, ou pelo menos tem sido, a colocação por parte dos partidos do interesse nacional acima da agenda dos seus interesses. Aliás, algumas das personalidades são ou têm sido actores nesta narrativa e, portanto, conhecem o interior do cenário político em que vivemos.
De facto, a partidocracia instalada nas últimas décadas leva a que, na generalidade das matérias, os interesses partidários se sobreponham aos interesses gerais, a conflitualidade que sendo importante e muitas vezes estimulante e promotora de mudança, é assente em corporações de interesses e clientelas que inibem a definição de rumos e de perspectivas que visem o interesse geral. Nos últimos tempos, já a enfrentar problemas mais graves têm sido muitos os exemplos do funcionamento da partidocracia, reparemos como os discursos continuam centrados nos dividendos político e eleitorais e menos no que parece ser o verdadeiro interesse do país, ou seja, da generalidade dos cidadãos.
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