sábado, 2 de abril de 2011

NÃO TEM NADA QUE ENGANAR

Uma das expressões que correntemente se utilizam entre nós é "não tem nada que enganar".
É utilizada em variadíssimas situações. Temos uma dúvida sobre qual a direcção a seguir e rapidamente alguém solícita e assertivamente nos diz "não tem dada que enganar, é por ali".
Temos um monte de dúvidas sobre a forma de resolver um qualquer problema e logo nos propõem a solução, "não tem nada que enganar, resolve-se assim".
Qualquer dúvida que tenhamos sobre a forma como interpretar ou lidar com uma situação de natureza bem diferenciada é imediatamente esmagada por um "não tem nada que enganar, é assim".
Lembrei-me desta expressão ao sofrer a chuva de comentários produzidos por toda a espécie de comentadores que nos empapam os dias com os seus postulados que magicamente resolvem os nossos problemas, todos os problemas.
Não tem nada que enganar, dizem todos e produz cada um a sua certeza, mesmo que se contradigam pouco tempo depois.
É um cansaço, aguentar tantas soluções inquestionáveis, miraculosas e, sempre, extraordinariamente inteligentes. Tanto que às vezes alguns de nós, eu por exemplo, nem consigo acompanhar tal genialidade.
Não tem nada que enganar, boa parte desta gente devia calar-se durante uns tempos e ouvir os que menos falam. São, naturalmente, os que mais têm para dizer. Não tem nada que enganar.

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