sexta-feira, 29 de abril de 2011

AS LINHAS TORTAS

O modelo de avaliação dos docentes que tinha entrado em vigor com esta equipa do ME, aceite pelos representantes dos professores depois do consulado de Maria de Lurdes Rodrigues, é um mau modelo de avaliação, burocratizado e desajustado.
Na altura em que foi aprovado, os partidos da oposição não assumiram a posição conjunta que recentemente tomaram, suscitando a revogação do normativo que entretanto entrou, naturalmente, em vigor.
Em novo passo deste processo, o Tribunal Constitucional vem definir a inconstitucionalidade da decisão, retomando-se, assim, o normativo.
Do meu ponto de vista, este episódio é um excelente exemplo da gestão dos interesses partidários, das decisões tomadas pelos partidos com base nas contas eleitorais e menos no interesse genuíno pelo que de verdadeiramente necessário está em jogo. A estranha aliança de todos os partidos, numa altura em que já se vislumbravam as eleições que temos à porta, com a óbvia intenção de capturar os votos dos professores é um mau serviço prestado aos professores e à educação.
De facto, um mau modelo de avaliação vai continuar em vigor, portanto, a servir mal a imprescindível avaliação dos docentes, o ME sai vitorioso de uma guerra que não poderia ganhar, o modelo é mau, pelo que desde o início deveria ter sido rejeitado, e os partidos da oposição saem a perder, não só pelo deplorável exemplo de calculismo eleitoral, como também por terem perdido a oportunidade de combater na altura certa um modelo de avaliação que efectivamente não deveria ter entrado em vigor.
As linhas tortas porque se rege a política pequenina.

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