Em tempos difíceis no que à educação diz respeito, seja a educação escolar, seja a educação familiar, uma das recorrentes discussões respeita aos valores. É também neste âmbito, os valores, que se enquadra a escolha por parte das famílias, quando têm hipótese de escolha, do estabelecimento de ensino para os seus filhos e optam por instituições de natureza religiosa ou com um enquadramento militar, caso do agora mediatizado Colégio Militar.
As instituições desta natureza, com um universo dos valores restrito e rígido e em regime de internato, portanto, com um ambiente mais concentracionário, são, sabe-se desde sempre, propícias a incidentes entre alunos, até porque quase sempre coabitam deferentes níveis etários, sendo ainda prática habitual a atribuição de funções de “mando” a alunos mais velhos. Neste quadro, não surpreendem os relatos agora mediatizados de maus-tratos de alunos mais velhos a miudagem mais pequena.
O que continua a surpreender-me nos tempos que correm, não deveria mas ainda me surpreendo, é o discurso branqueador sobre os valores da instituição, a desvalorização de milhentas situações, umas conhecidas outras que os miúdos envolvidos por medo não relatam, e, por parte de alguns pais e responsáveis o entendimento de que estes incidentes são próprios de uma educação correcta de gente bem formada legitimando abusos inaceitáveis.
Nas minhas conversas com pais sobre os “tratos” aos filhos, alguns dizem-me “agradeço ao meu pai as tareias que me deu, fizeram de mim um homem”, devolvo sempre uma pergunta para a qual nunca tive uma resposta clara e afirmativa “mas tem a certeza de que se não levasse as tareias não seria um homem?”
As instituições desta natureza, com um universo dos valores restrito e rígido e em regime de internato, portanto, com um ambiente mais concentracionário, são, sabe-se desde sempre, propícias a incidentes entre alunos, até porque quase sempre coabitam deferentes níveis etários, sendo ainda prática habitual a atribuição de funções de “mando” a alunos mais velhos. Neste quadro, não surpreendem os relatos agora mediatizados de maus-tratos de alunos mais velhos a miudagem mais pequena.
O que continua a surpreender-me nos tempos que correm, não deveria mas ainda me surpreendo, é o discurso branqueador sobre os valores da instituição, a desvalorização de milhentas situações, umas conhecidas outras que os miúdos envolvidos por medo não relatam, e, por parte de alguns pais e responsáveis o entendimento de que estes incidentes são próprios de uma educação correcta de gente bem formada legitimando abusos inaceitáveis.
Nas minhas conversas com pais sobre os “tratos” aos filhos, alguns dizem-me “agradeço ao meu pai as tareias que me deu, fizeram de mim um homem”, devolvo sempre uma pergunta para a qual nunca tive uma resposta clara e afirmativa “mas tem a certeza de que se não levasse as tareias não seria um homem?”
2 comentários:
Quem sabe não terão feito pior...
...ou melhor, quem sabe!
Maria
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