sábado, 31 de outubro de 2009

O PÂNTANO, D. SEBASTIÃO E O PARADOXO

Três notas emergentes da leitura apressada da imprensa de hoje.
Primeiro o pântano, o passado não nos leva a ter grande esperança excessiva na eficácia do combate à corrupção e na efectiva vontade política de que isso aconteça, lembrem-se da decisão política relativa às propostas do Eng. João Cravinho, no entanto, a Face Oculta, uma das muitas na sociedade portuguesa, tem o mérito de mostrar como a corrupção em Portugal se desenvolve à vara larga, como se diz na minha terra e sem segundas leituras. Se isto vai dar alguma coisa é outra história, faz parte do pântano.
No PSD começa à vista, porque em surdina já há muito que se tinha desencadeado, a contagem de espingardas. Parece que Passos Coelho, um nada que quer ser tudo, estará a assustar as elites que se voltam para o D. Sebastião, perdão para o Professor e conhecido entertainer político que dá pelo nome de Marcelo. O Professor que estará mais virado para salvar a pátria em Belém do que para salvar o PSD na Lapa, embora seja visto como um D. Sebastião, sentir-se-á mais provavelmente como Martim Moniz, isto é entalado. De facto, ter que liderar o saco de gatos em que se transformou o PSD deve ser obra e o Professor não é parvo, já por lá andou. Vamos a ver se resiste ao empurrão para a liderança do PSD.
O I noticia que existem cerca de 110 000 casas novas por vender e desocupadas, algumas há anos, e a degradarem-se a cada dia que passa. Por outro lado, existem milhares de famílias a precisar de uma casa decente. Tal paradoxo, fruto das erradas políticas de habitação e urbanismo que estrangularam o mercado de arrendamento de que se não vislumbra a reanimação, da crise financeira que restringe o acesso ao crédito das classes média e média baixa, as casas de preço mais elevado continuam a vender-se, da crise económica inibidora de investimentos nas famílias e de uma baixa diferenciação na oferta, casas recuperadas, casas pensadas para gente jovem ou sénior, etc., parece de difícil alteração. Creio que se tornaria necessário repensar todo o universo da habitação e as autarquias deveriam ter um papel fundamental nesta alteração, mas até tenho medo de falar nas autarquias, corro o risco de voltar ao pântano.

1 comentário:

Maria Ribeiro disse...

ZÉ MORGADO.MAS QUEM É QUE AINDA ACREDITA NESTA ESPÉCIE DE PAÍS?
MUITOS, por jeitos, a avaliar pelo resultado das eleições...