Os discursos sobre a educação e sobre a escola produzidos quer pelos actores deste universo, quer pelos opinantes profissionais ou amadores, referem sistematicamente um conjunto de problemas, desafios como muitas vezes lhes chamam, com que a educação, enquanto sistema, ou seja as escolas, se confrontam.
A título de exemplo, nos últimos dois dias, recordo-me das preocupações da escola com a alimentação dos alunos, com a questão da pobreza, 18 % da população, e os seus efeitos na educação, das dificuldades sentidas na escola por alunos que precisavam de óculos e não tinham acesso a consultas de oftalmologia e num encontro sobre bullying refere-se que a questão afectará 42% da população, entre vítimas e agressores. Os intervenientes são consensuais sobre a “falta de preparação” da escola, leia-se professores, mas não só, para lidarem com o fenómeno.
Em muito pouco tempo, passámos de uma escola mais direccionada para a instrução para uma escola que “deve” responder a todos os problemas que afectam os alunos. De facto, aumentando até ao inaceitável a presença dos miúdos na escola, os problemas que os afectam são transportados para a escola, mas será que devemos esperar que a escola seja responsável e capaz de gerir todos os problemas que os miúdos carregam na mochila?
Não creio, pelos menos com o modelo de escola e de organização da acção educativa que temos. Como pode ser a escola a gerir a pobreza e a fome que afectam as famílias de origem dos meninos que batem à porta da escola? Numa sociedade violenta e desrespeitadora, das elites ao cidadão comum, como resolve a escola os problemas de bullying que afectam quase metade da população que serve?
Será que a escola é uma realidade mágica e omnipotente que tudo resolve? Qual deve ser a formação dos professores para, além de lidarem com os saberes, lidar com tudo o resto que afecta os alunos? E que outros profissionais devem estar na escola? Todos os que de alguma forma intervêm em problemas de crianças e jovens? Acho difícil, aliás, parece-me errado admitindo que isso seria possível.
Creio que o caminho passa por uma redefinição do sentido de comunidade educativa, na qual, mesmo fora da escola, devem existir recursos e dispositivos eficazes, sejam sociais, na área da saúde ou em qualquer outra que, em rede, possam a pedido da escola intervir a tempo e eficazmente.
Enquanto o discurso for no sentido de responsabilizar a escola por tudo e a própria escola assumir essa responsabilidade, por exemplo reclamando recursos para tal, a mudança, do meu ponto de vista, ficará mais difícil.
A título de exemplo, nos últimos dois dias, recordo-me das preocupações da escola com a alimentação dos alunos, com a questão da pobreza, 18 % da população, e os seus efeitos na educação, das dificuldades sentidas na escola por alunos que precisavam de óculos e não tinham acesso a consultas de oftalmologia e num encontro sobre bullying refere-se que a questão afectará 42% da população, entre vítimas e agressores. Os intervenientes são consensuais sobre a “falta de preparação” da escola, leia-se professores, mas não só, para lidarem com o fenómeno.
Em muito pouco tempo, passámos de uma escola mais direccionada para a instrução para uma escola que “deve” responder a todos os problemas que afectam os alunos. De facto, aumentando até ao inaceitável a presença dos miúdos na escola, os problemas que os afectam são transportados para a escola, mas será que devemos esperar que a escola seja responsável e capaz de gerir todos os problemas que os miúdos carregam na mochila?
Não creio, pelos menos com o modelo de escola e de organização da acção educativa que temos. Como pode ser a escola a gerir a pobreza e a fome que afectam as famílias de origem dos meninos que batem à porta da escola? Numa sociedade violenta e desrespeitadora, das elites ao cidadão comum, como resolve a escola os problemas de bullying que afectam quase metade da população que serve?
Será que a escola é uma realidade mágica e omnipotente que tudo resolve? Qual deve ser a formação dos professores para, além de lidarem com os saberes, lidar com tudo o resto que afecta os alunos? E que outros profissionais devem estar na escola? Todos os que de alguma forma intervêm em problemas de crianças e jovens? Acho difícil, aliás, parece-me errado admitindo que isso seria possível.
Creio que o caminho passa por uma redefinição do sentido de comunidade educativa, na qual, mesmo fora da escola, devem existir recursos e dispositivos eficazes, sejam sociais, na área da saúde ou em qualquer outra que, em rede, possam a pedido da escola intervir a tempo e eficazmente.
Enquanto o discurso for no sentido de responsabilizar a escola por tudo e a própria escola assumir essa responsabilidade, por exemplo reclamando recursos para tal, a mudança, do meu ponto de vista, ficará mais difícil.
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