quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A URGÊNCIA DE UM MODELO

Como seria de esperar face ao passado recente a avaliação de professores será o primeiro grande teste a um governo de minoria que precisa de entendimentos parlamentares. Claro que a questão da avaliação não pode ser desligada do Estatuto de Carreira, sobretudo no que toca à disparatada divisão entre titulares e outros. Neste quadro os actores envolvidos, partidos, governo, sindicatos, etc., ocupam os respectivos lugares na grelha de partida procurando a melhor posição possível no sentido de capitalizarem os resultados sejam eles quais forem, “é a política estúpido”. Sendo evidente o mau resultado da política seguida torna-se portanto necessária a alteração.
O que me parece de sublinhar é imprescindível e urgente necessidade de um entendimento breve nesta matéria. O prolongamento da discussão mantendo-a envolvida nos interesses político-partidários, conjugado com o que já se passou até aqui, tem como consequência dois aspectos que merecem atenção.
Em primeiro lugar e mais evidente, o arrastar do clima de crispação e diferentes entendimentos por parte de escolas e professores e a ausência de uma forma consistente de avaliar os docentes que se constitui como uma ferramenta indispensável à qualidade do sistema educativo.
Em segundo lugar e raramente abordado é o impacto que este clima tem na opinião pública que, fruto do passado recente e independentemente das responsabilidades, toca a todos, construiu uma imagem pouco favorável à classe docente. Ora se existe dimensão imprescindível é a confiança e imagem positiva da população dirigida a quem educa os s seus filhos, a quem é responsável pela construção do futuro.
Não é possível prolongar por muito mais tempo esta situação. Recordo-me da mítica expressão, própria do meu Alentejo, patente na Barragem do Alqueva, “Construam o modelo porra”.

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