quarta-feira, 7 de outubro de 2009

DE TANTO CHUMBARES, VAIS APRENDER

A propósito da intervenção da Presidente do Conselho Nacional de Educação sobre a questão dos chumbos e da aprendizagem dos alunos, bem como dos comentários e reacções que normalmente emergem sempre que se fala sobre esta questão, comentários esses que na sua maioria, na minha perspectiva, relevam mais do pântano político em que se transformou a educação em Portugal muito por culpa da PEC – Política Educativa em Curso mas, também, de algumas das posições e discursos assumidos por representantes dos professores, retomo excertos de textos publicados aqui no Atenta Inquietude e que me parecem oportunos.
Deve referir-se que estudos internacionais mostram que Portugal tem ao mesmo tempo, surpreendentemente para alguns, níveis altíssimos de insucesso e níveis altíssimos de “chumbos”. No mesmo sentido, parece importante sublinhar que existem países com mais altas taxas de sucesso escolar que não prevêem na organização dos seus sistemas a figura chumbo, sobretudo para alunos mais novos. Não se prova, portanto, a ideia de que reprovar mais produz mais sucesso.
Os estudos internacionais também mostram que muitos dos alunos que começam a chumbar, tendem a continuar a chumbar, ou seja, a simples repetição do ano não é ,para um número muito significativo de alunos, suficiente para os devolver ao sucesso. Os franceses utilizam a fórmula “qui redouble, redoublera” quando referem esta questão.
Nesta conformidade, a questão central não é o chumba, não chumba e quais os critérios (quantas disciplinas, por exemplo) é que tipo de apoios, que medidas e recursos devem estar disponíveis para alunos, professores e famílias de forma a evitar a última e genericamente ineficaz medida do chumbo. É necessário diversificar percursos de formação com diferentes cargas académicas e finalizando sempre com formação profissional.
É “só” isto que está em causa. O resto é demagogia, política de segunda e ignorância.

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