Nesta tarde de Domingo que o feriado de Segunda-feira autoriza ser passada no meu Alentejo olhava para a terra gretada pela secura que parece chorar lágrimas secas pela chegada da chuva, as lágrimas molhadas. Não sei se é pelo facto de a minha história me ter proporcionado um constante, próximo e apaixonado contacto com as coisas da terra o meu ano novo não começa em Janeiro, começa nas primeiras chuvas de Outono. A terra foi perdendo o verde, acaba seca o Verão e só as primeiras águas começam a devolver a cor à terra, tudo renasce. Certamente por coincidência, embora eu não goste de admitir coincidências, também o meu trabalho obedece a este calendário, cada ano começa no fim do Verão. Daí a ideia de que o meu ano novo não seja em Janeiro.
Por outro lado, creio que a secura não afecta só a terra. Sinto que as pessoas também se sentem secas, já com pouco para dar, cansadas, ansiosas porque alguma coisa mude, às vezes nem sabendo exactamente o quê. Creio que cada um de nós gostaria que mudassem coisas diferentes, mas que mudassem. Um problema sério é que também a confiança no futuro parece seca como a terra.
Ontem, o Velho Marrafa garantiu-me que esta semana trará água, também aqui ao meu Alentejo. Como dizia o Mestre Almada Negreiros, o cheiro da terra molhada vai fazer sentir-me melhor. E começa um novo ano. Mais bonito, espero.
Por outro lado, creio que a secura não afecta só a terra. Sinto que as pessoas também se sentem secas, já com pouco para dar, cansadas, ansiosas porque alguma coisa mude, às vezes nem sabendo exactamente o quê. Creio que cada um de nós gostaria que mudassem coisas diferentes, mas que mudassem. Um problema sério é que também a confiança no futuro parece seca como a terra.
Ontem, o Velho Marrafa garantiu-me que esta semana trará água, também aqui ao meu Alentejo. Como dizia o Mestre Almada Negreiros, o cheiro da terra molhada vai fazer sentir-me melhor. E começa um novo ano. Mais bonito, espero.
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