É um título um pouco estranho neste blogue mas faz parte de uma história pessoal que não resisto a partilhar convosco, cerca de quarenta anos depois da sua ocorrência.
Não é assim coisa de que me orgulhe mas a minha carreira de estudante foi mais iluminada pelo mau comportamento do que pelo excelência dos resultados escolares. Em certo ano, lá pelo sexto ou sétimo do liceu, ao deambular pelo livros de físico-química, a ganhar balanço e vontade para estudar, dou de caras no fim do livro com uma nota curricular do físico italiano Avogadro que incluía um selo italiano comemorativo que continha o enunciado do seu princípio, matéria que fazia parte do programa. Vislumbrei naquele selo uma janela de oportunidade, como agora se diria, e dei-me ao trabalho de, com uma lupa, ler e fixar o Princípio de Avogadro em italiano.
Como a sorte protege os audazes, a oportunidade surgiu e em grande. Na aula de Física a Setôra Trincão, como ainda hoje me sinto embaraçado do meu comportamento nestas aulas, chamou-me ao quadro, as famosas chamadas orais. E estou a ver ainda a cena ao pormenor. Eu junto ao quadro e a Setôra a levantar-se da secretária enquanto me perguntava, adivinhem … isso mesmo, o Princípio de Avogadro, sem a menor convicção no meu conhecimento, como era hábito.
E eu com uma segurança e um domínio total da adrenalina surpreendo o mundo com o Princípio de Avogadro expresso num perfeito (quase) italiano. A Setôra nem chegou a acabar de se levantar, sentou-se com uma cara de espanto que ainda retenho e a turma reconheceu a minha actuação com um estrondoso aplauso, o primeiro e último que recebi por desempenho escolar em rapaz.
Donde se prova e recordo-o de vez em quando, que até um indisciplinado aluno é capaz de aprender. De tal maneira que ainda hoje sei o Princípio de Avogadro, “Volumi eguali di gas nelle stesse condizione di pressione e di temperatura contengono lo stesso numero de molecule”.
Desculpe Setôra Trincão, lá onde quer que esteja.
Não é assim coisa de que me orgulhe mas a minha carreira de estudante foi mais iluminada pelo mau comportamento do que pelo excelência dos resultados escolares. Em certo ano, lá pelo sexto ou sétimo do liceu, ao deambular pelo livros de físico-química, a ganhar balanço e vontade para estudar, dou de caras no fim do livro com uma nota curricular do físico italiano Avogadro que incluía um selo italiano comemorativo que continha o enunciado do seu princípio, matéria que fazia parte do programa. Vislumbrei naquele selo uma janela de oportunidade, como agora se diria, e dei-me ao trabalho de, com uma lupa, ler e fixar o Princípio de Avogadro em italiano.
Como a sorte protege os audazes, a oportunidade surgiu e em grande. Na aula de Física a Setôra Trincão, como ainda hoje me sinto embaraçado do meu comportamento nestas aulas, chamou-me ao quadro, as famosas chamadas orais. E estou a ver ainda a cena ao pormenor. Eu junto ao quadro e a Setôra a levantar-se da secretária enquanto me perguntava, adivinhem … isso mesmo, o Princípio de Avogadro, sem a menor convicção no meu conhecimento, como era hábito.
E eu com uma segurança e um domínio total da adrenalina surpreendo o mundo com o Princípio de Avogadro expresso num perfeito (quase) italiano. A Setôra nem chegou a acabar de se levantar, sentou-se com uma cara de espanto que ainda retenho e a turma reconheceu a minha actuação com um estrondoso aplauso, o primeiro e último que recebi por desempenho escolar em rapaz.
Donde se prova e recordo-o de vez em quando, que até um indisciplinado aluno é capaz de aprender. De tal maneira que ainda hoje sei o Princípio de Avogadro, “Volumi eguali di gas nelle stesse condizione di pressione e di temperatura contengono lo stesso numero de molecule”.
Desculpe Setôra Trincão, lá onde quer que esteja.
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