Para ler e reflectir, “O injustificável acordo orto(?)gráfico” de Gastão Cruz.
Enquanto for tempo de evitar este
atropelo à Língua Portuguesa que o Acordo Ortográfico representa vale a pena
insistir, importa que não nos resignemos. É uma questão de cidadania, de defesa
da Cultura e da Língua Portuguesa.
Entendo, evidentemente, que as
línguas são estruturas vivas, em mutação, pelo que requerem ajustamentos, por
exemplo, a introdução de palavras novas ou mudanças na grafia de outras, o que
não me parece sustentação suficiente para o que o Acordo Ortográfico estabelece
como norma.
Acresce que as
explicações que os defensores, especialistas ou não, adiantam não me convencem
da sua bondade, antes pelo contrário, acentuam a ideia de que esta iniciativa
não defende a Língua Portuguesa. O seu grande defensor Malaca Casteleiro refere
até "incongruências" o que me parece curioso, desencadeamos um acordo
com esta amplitude e implicações para manter "incongruências e
imperfeições" que abastardam a ortografia
da Língua Portuguesa.
Por outro lado, a grande razão, a
afirmação da língua portuguesa no mundo, também não me convence pois não me
parece que o inglês e o castelhano/espanhol que têm algumas diferenças
ortográficas nos diferentes países em que são língua oficial, experimentem
particulares dificuldades na sua afirmação, seja lá isso o que for.
De facto, não tenho conhecimento
de alguma perturbação ou drama com origem nas diferenças entre o inglês escrito
e falado na Inglaterra ou nos Estados Unidos, mas isto dever-se-á, certamente,
a ignorância minha e à pequenez irrelevante daquelas comunidades anglófonas. O
mesmo se passa entre a comunidade dos países com o castelhano/espanhol como
língua oficial.
O que na verdade vamos conhecendo com exemplos extraordinários é a transformação da Língua Portuguesa numa mixórdia
abastardada como, aliás, Gastão Cruz, um grande conhecedor da Língua
Portuguesa, bem demonstra neste
excelente texto.
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