No DN encontra-se uma entrevista
a Guilherme d’Oliveira Martins, coordenador do Grupo de Trabalho criado pelo
Governo para definir o perfil de saída do aluno no fim dos 12 anos de
escolaridade obrigatória e que deverá apresentar o trabalho até final do ano.
A entrevista não é
particularmente elucidativa, talvez ainda seja cedo, mas registo uma ideia de
estabilidade e percepção de prazo alargado que são altamente desejáveis num
sistema educativo que vive de sobressalto em sobressalto a cada equipa que
chega à 5 de Outubro.
Para além de uma ideia de
estabilidade e a prazo, julgo que será importante considerar que o cumprimento
da escolaridade obrigatória e universal obriga a que o perfil de saída, ou
outra designação qualquer, contemple a evidente diversidade dos alunos e a
imprescindível diferenciação nos seus trajectos, designadamente nos últimos
anos. Se assim não for corremos risco de estabelecer perfis de competência que
promoverão exclusão.
Nesta perspectiva parece-me
ajustado, tal como se passa noutros países, que seja definido de forma aberta, flexível,
económica e desburocratizada.
Tal como Guilherme d’Oliveira
Martins refere julgo que devemos desejar um perfil de saída que não seja quase
que exclusivamente centrado em competências ou saberes de natureza
instrumental, sempre mais fáceis de avaliar e definir, mas mais pobre no
sentido de formar pessoas na sua dupla condição de cidadãos e profissionais ou
futuros profissionais.
Aguardo com alguma expectativa o “Perfil
de saída” a que chegaremos.
Espero ainda que as eventuais mudanças
se processem de forma participada, com calendário e metodologia ajustada de
forma a minimizar o impacto de mais um processo de mudança.
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