Este ano estiveram nas escolas,
durante o ano inteiro, 3782 contratados. Em Agosto perdem o vínculo e voltarão
a tentar a dignidade do exercício da sua profissão de há muitos anos para a
maioria destes professores.
De facto, boa parte destes
professores tem uma larga experiência docente e avaliada. Só para dar um
exemplo citado na peça do DN sobre esta questão, uma professora já cumpriu 26 contratos em 20 anos de serviço.
Estes professores estão há muitos
anos a colmatar “necessidades reais e permanentes” do sistema". Haja seriedade.
Em que outra profissão pode
acontecer milhares de pessoas prestarem de forma continuada durante anos,
muitos anos, serviço ao mesmo empregador sem aceder a um vínculo estável que
lhes permita criar uma imagem de futuro e uma perspectiva de carreira.
Como muitas vezes tenho afirmado,
parece-me claro que a questão do número de professores necessário ao
funcionamento do sistema é uma matéria bastante complexa que, por isso mesmo,
exige serenidade, seriedade, rigor e competência na sua análise e gestão,
justamente o que tem faltado em todo este processo desde há muito, incluindo a
alguns discursos de representantes dos professores.
Para além da questão da
demografia escolar que, aliás, o ME sempre tratou de forma incompetente e
demagógica, as necessidades ou o “excesso” de professores no sistema, como
entende o MEC, deve ser também e sobretudo analisado à luz das Políticas Educativas
em Curso e que começaram, nesta matéria, em Isabel Alçada e tiveram em Nuno Crato
o grande promotor da Grande Marcha de milhares de professores para fora do
sistema como há dias escrevi.
Dispenso-me de repetir várias
dimensões dessas PEC que contribuíram para este cenário.
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