O ME, em colaboração com a Associação
de Professores de Matemática e Sociedade Portuguesa de Matemática, divulgou uma
orientação no sentido de possibilitar às escolas e em particular aos
professores de Matemática a flexibilização da gestão do programa de Matemática
e das respectivas metas nos ensinos básico e secundário.
Esta flexibilização assenta em duas
dimensões essenciais, cito do Público, “Os conteúdos podem passar a ser
leccionados ao longo do mesmo ciclo, passando a ser admitida a possibilidade de
haver objectivos a atingir em anos diferentes do inicialmente previsto ou mesmo
em ciclos diferentes” e “as matérias que sejam consideradas “não fundamentais”
passam a poder ser facultativas em função das necessidades da turma e dos
ritmos de aprendizagem dos seus alunos.”
Não está na agenda uma mudança
nos conteúdos que, recorde-se foram alterados há pouco tempo e quando terminava
o período de generalização do Programa anterior no caso do Básico.
Por princípio, parece-me ajustado
um caminho de flexibilização e mais ainda em consenso com as associações
profissionais na definição de orientações em matéria de política educativa.
É certo que parece existir um entendimento
generalizado sobre a demasiada extensão dos actuais programas de Matemática e
da forma como estão definidas as metas. No entanto, percebo a prudência da alteração,
mais uma, dos programas e metas, mas creio que pode causar algum ruído, por
exemplo, a definição do que são “matérias não fundamentais” e que passam a ser
facultativas.
Finalmente, também me parece que
o impacto positivo de uma flexibilização da gestão curricular não decorre “apenas” de questões do centradas no
currículo. Envolve, por exemplo, recursos docentes, turmas com efectivos
adequados, apoios a alunos e professores em tempo oportuno, suficientes e
competentes.
É nesta área que temo que se
constituam alguns obstáculos aos efeitos potencialmente positivos de uma
orientação de “flexibilização curricular” sobretudo quando lidamos com
currículos pouco flexíveis”.
A ver vamos.
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