Estou no comboio, um gosto
antigo, a caminho de Coimbra. Um convite simpático para participar num evento e
falar sobre “Inclusão ou Inclusões?”
Se pensar como Mia Couto que “cada
homem é uma raça” a resposta só pode ser Inclusões e a sua construção é um
caminho sem fim.
Lembrando o Professor Biesta, a história
da inclusão é a história da democracia, a história dos movimentos que lutaram
pela participação plena de todas as pessoas na vida das comunidades, envolvendo
também, evidentemente, a educação. Assim sendo e creio que é, devemos mesmo
falar de “inclusões”.
Deste ponto de vista e
considerando como tenho afirmado que a inclusão se realiza através de Ser, um
sujeito de direitos, Estar, aceder aos mesmos contextos que todos outros, Participar,
envolver-se sempre e tanto quanto possível nas actividades comuns da comunidade
e Pertencer, ser percebido e sentir-se como membro de uma comunidade aberta, o
caminho a percorrer é longo, muito longo.
O caminho é ainda mais difícil
porque a voz dos excluídos, seja qual for a natureza do seu processo de
exclusão, é uma voz baixa, ouve-se pouco. Acresce que a muitos dos mais
vulneráveis, excluídos ou em risco de exclusão, é-lhes muita vez negado a autodeterminação,
a autonomia e independência o que alimenta a sua condição ou risco.
A experiência leva-me a pensar
que a conversa vai correr bem, mudanças substantivas, bom, isso é uma outra
conversa.
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