quarta-feira, 25 de maio de 2016

INCLUSÃO OU INCLUSÕES?

Estou no comboio, um gosto antigo, a caminho de Coimbra. Um convite simpático para participar num evento e falar sobre “Inclusão ou Inclusões?”
Se pensar como Mia Couto que “cada homem é uma raça” a resposta só pode ser Inclusões e a sua construção é um caminho sem fim.
Lembrando o Professor Biesta, a história da inclusão é a história da democracia, a história dos movimentos que lutaram pela participação plena de todas as pessoas na vida das comunidades, envolvendo também, evidentemente, a educação. Assim sendo e creio que é, devemos mesmo falar de “inclusões”.
Deste ponto de vista e considerando como tenho afirmado que a inclusão se realiza através de Ser, um sujeito de direitos, Estar, aceder aos mesmos contextos que todos outros, Participar, envolver-se sempre e tanto quanto possível nas actividades comuns da comunidade e Pertencer, ser percebido e sentir-se como membro de uma comunidade aberta, o caminho a percorrer é longo, muito longo.
O caminho é ainda mais difícil porque a voz dos excluídos, seja qual for a natureza do seu processo de exclusão, é uma voz baixa, ouve-se pouco. Acresce que a muitos dos mais vulneráveis, excluídos ou em risco de exclusão, é-lhes muita vez negado a autodeterminação, a autonomia e independência o que alimenta a sua condição ou risco.
A experiência leva-me a pensar que a conversa vai correr bem, mudanças substantivas, bom, isso é uma outra conversa.

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