Passos Coelho na sua actual
deriva entendeu por bem afirmar que provavelmente o Ministro da Educação “representa outros interesses” que não os da comunidade.
Estamos habituados a que em
política, em particular no pântano da partidocracia em que nos atolámos de há
muito, a política deixou de ser a defesa e promoção do bem-estar comum mas uma
cuidadosa gestão dos famosos “interesses de ocasião” e, naturalmente, dos interesses da própria partidocracia.
No entanto, “mete-me espécie” que
seja Passos Coelho a clamar contra isto.
Foi Passos Coelho o “bom aluno”
que a mando dos mercados defendeu uma austeridade fundamentalista que promoveu
pobreza, desemprego e exclusão nos portugueses.
Foi Passos Coelho aprofundou
assimetrias na distribuição dos rendimentos não beliscando seriamente os
grandes interesses dos mercados.
Foi Passos Coelho que deu
cobertura à protecção da banca à custa dos contribuintes e alimentou, como todos os que o antecederam
e lhe sucederão, a distribuição de muitos “jobs” por “boys” e “girls” com o cartão
certo.
Foi com Passos Coelho que foi
eliminado o requisito da falta de resposta da escola pública para que se
estabelecessem contratos de associação com estabelecimentos privados.
Não, não estou a defender o
Ministro nem o Governo PS. Não tenho agenda partidária, não me orgulho nem me
queixo, a partidocracia fizeram de mim um abstencionista ou um votante em
branco na generalidade das eleições legislativas.
Aliás, tenho aqui expresso algum
desacordo com várias medidas do ME.
Trata-se apenas de uma reacção ao
despudor de Passos Coelho, igual ao manifestado na sua apregoada ausência de
inaugurações, e que mostra com clareza porque falo do pântano da partidocracia.
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