segunda-feira, 30 de maio de 2016

AS FARDAS NAS ESCOLAS

A discussão sobre a utilização de fardamento escolar é recorrente e, quase, inconclusiva. Numa peça no Público online acontece isso mesmo, mais uma vez.
Na verdade as posições favoráveis ao uso de farda nas escolas não se alteram, como também os que têm discursos menos favoráveis continuam na sua, por assim dizer.
No entanto, mais do que a minha própria opinião, não simpatizo mas não tenho uma posição fundamentalista, fechada, preocupam-me bem mais as fardas invisíveis, bem pesadas por vezes, que muitos crianças e adolescentes são "obrigados" a usar.
Se bem estivermos atentos, e nem sempre o conseguimos, é possível reparar com alguns miúdos ao chegar à escola rapidamente vestem uma farda que pode assumir múltiplos aspectos. Temos a farda do “distraído”, a farda do “incapaz”, a farda do “muito esperto”, a farda do “sem família de jeito”, farda do “inteligente”, a farda do “pouco dotado”, a farda do “hiperactivo”, a farda do “mal comportado”, a farda do “filho de pessoa importante”, a farda do “mal-educado”, a farda do “necessidades especiais”, etc., etc.
Uma questão importante é que na maior parte das situações estas fardas acabam por se transformar na pele dos que as usam. Dificilmente deixarão de as “vestir”, é por elas que são conhecidos e reconhecidos, para o melhor e para o pior.
Devo dizer que estas fardas me inquietam bastante mais que as outras, que sendo significativas para os miúdos e muitas vezes distintivas do estatuto familiar quando “mostram” instituições mais exclusivas, também, por outro lado, se “despem” com mais facilidade e acabam por ser bem mais leves.

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