A discussão sobre a utilização de
fardamento escolar é recorrente e, quase, inconclusiva. Numa peça no Público online acontece isso mesmo, mais uma vez.
Na verdade as posições favoráveis
ao uso de farda nas escolas não se alteram, como também os que têm discursos menos favoráveis continuam na sua, por assim dizer.
No entanto, mais do que a minha
própria opinião, não simpatizo mas não tenho uma posição fundamentalista,
fechada, preocupam-me bem mais as fardas invisíveis, bem pesadas por vezes, que muitos crianças e adolescentes são "obrigados" a usar.
Se bem estivermos atentos, e nem
sempre o conseguimos, é possível reparar com alguns miúdos ao chegar à escola
rapidamente vestem uma farda que pode assumir múltiplos aspectos. Temos a farda
do “distraído”, a farda do “incapaz”, a farda do “muito esperto”, a farda do “sem
família de jeito”, farda do “inteligente”, a farda do “pouco dotado”, a farda
do “hiperactivo”, a farda do “mal comportado”, a farda do “filho de pessoa
importante”, a farda do “mal-educado”, a farda do “necessidades especiais”, etc.,
etc.
Uma questão importante é que na
maior parte das situações estas fardas acabam por se transformar na pele dos
que as usam. Dificilmente deixarão de as “vestir”, é por elas que são
conhecidos e reconhecidos, para o melhor e para o pior.
Devo dizer que estas fardas me
inquietam bastante mais que as outras, que sendo significativas para os miúdos
e muitas vezes distintivas do estatuto familiar quando “mostram” instituições
mais exclusivas, também, por outro lado, se “despem” com mais facilidade e
acabam por ser bem mais leves.
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