Um interessante estudo do Observatório da Actividade Física e do Desporto vem ao encontro de uma das minhas recorrentes afirmações sobre os estilos de vida de crianças e adolescentes e, curiosamente, de um equívoco instalado na apreciação do seu comportamento. Tenho para mim que o quotidiano de crianças e adolescentes está excessivamente preenchido com actividades que solicitam pouca actividade física, escola a tempo inteiro em que, muitas vezes, passam horas sem fim enfiados em salas com actividades “fantásticas” sempre sentados ou, quase, parados. Em casa o cenário é do mesmo tipo só que em frente de um ecrã. O estudo vem exactamente comprovar que o nível de actividade física de crianças e adolescentes está francamente abaixo do desejável para esta faixa etária sendo aliás mais satisfatório em adultos e de novo baixo para os idosos. Por outro lado, este é o equívoco a que me referia, instalou-se a “ideia” de que as crianças e adolescentes não param, são muito activas, até mesmo hiperactivas” pelo que o desejos de muitos pais e professores é que estejam mais “calmas”, mais “sossegadas” e não tão “activas”, às vezes até se medicam para que se aquietem. É exactamente o contrário, cerca de 23% das crianças e adolescentes analisadas apresentam quadros de sobrepeso e obesidade para além da óbvia menor qualidade de vida que níveis baixos de actividade provocam.
Por isso e de uma vez por todas, que crianças e adolescentes não parem, que as não enfiem em salas de aulas 8 a dez horas por dia e que se ajude os pais e as comunidades a construir alternativas que sejam atractivas para os tempos dos mais novos. É uma questão de saúde, física e mental, para crianças e adolescentes e, também, para os adultos que lidam com eles.
Por isso e de uma vez por todas, que crianças e adolescentes não parem, que as não enfiem em salas de aulas 8 a dez horas por dia e que se ajude os pais e as comunidades a construir alternativas que sejam atractivas para os tempos dos mais novos. É uma questão de saúde, física e mental, para crianças e adolescentes e, também, para os adultos que lidam com eles.
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