sexta-feira, 28 de agosto de 2009

EDUCAÇÃO CÍVICA, A URGÊNCIA

Hoje, a caminho do meu Alentejo ouvi uma notícia que me deixou estupefacto. No âmbito da inauguração de um novo Centro Operacional de Comunicação para urgências, os responsáveis informaram que mais de 70% das chamadas de urgência para o 112 são falsas. Já tinha ouvido que o número de falsas urgências comunicadas ao 112 era elevado, mas 70% é uma loucura. Como referência comparativa dizia-se que em Madrid é cerca de 3% e nos países nórdicos é residual.
Este valor é um bom indicador do nível de cultura cívica entre nós. Nem a habitual justificação da latinidade explicará pois os espanhóis têm uma atitude diferente. Não, é mesmo uma escandalosa e criminosa falta de civismo e formação pessoal. Não vale sequer a pena chamar a atenção para as gravíssimas consequências que este comportamento pode ter, é tão óbvio.
Curiosamente existe na estrutura curricular do nosso sistema educativo a área de formação cívica, mas provavelmente, com o altíssimo insucesso escolar que vivemos, também na formação cívica se verifica esse enorme fracasso na aprendizagem. Sabe-se que vão ser instalados equipamentos que possam identificar parte das chamas para o 112 e, assim, inibir as chamadas falsas. Mas o problema central não é de tecnologia é obviamente de formação cívica.
Às vezes fico mesmo envergonhado.

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