Num país em que os níveis de insucesso escolar e abandono eram, são, absolutamente inaceitáveis e comprometedores do futuro, a notícia de que esses níveis baixaram só pode ser motivo de satisfação. O ME anuncia que nos últimos doze anos o insucesso baixou para cerca de metade, no básico está agora em 7,7% e no secundário em 18%, sendo que o número de matriculados no secundário aumentou o que significa a diminuição do abandono. Acontece que, estranhamente, ou nem por isso, essa satisfação está inquinada pela desconfiança e dúvida.
A baixa qualidade da política em Portugal transformou as questões da educação, mas não só, não numa área essencial em que deve imperar um sentido de estado e de futuro, mas numa arma ao serviço da agenda política. Governo e oposição servem-se dos problemas e das dificuldades, bem como de eventuais melhorias, para ataque ou defesa do que quer que seja, menos da qualidade do sistema educativo.
A Ministra e o Primeiro-ministro recusam a ideia de que parte da explicação do aumento do sucesso se deva ao chamado “facilitismo” enquanto a(s) oposição(ões) reclamam o contrário. Devo sublinhar que os próprios alunos, ainda fora da agenda política, referiram frequentemente a facilidade dos exames. Como é evidente qualquer resultado positivo na educação só pode envolver alunos, professores e pais, dizem alguns, incluindo a Ministra, mas como não? Seria imaginável ganhos de qualidade na saúde sem o envolvimento do pessoal médico e de enfermagem bem como da colaboração dos doentes nos processos terapêuticos?
Mas mais uma vez a agenda política vai determinar a análise dos dados hoje divulgados. As campanhas eleitorais estão à porta e a tentação é grande. Entretanto, a Ministra tenta amenizar o clima que instalou com a desastrada avaliação e o insustentável Estatuto afirmando que os professores conseguem separar o trabalho que fazem do mal-estar que sentem. Que raio de sentido tem esta afirmação? A Ministra só descobriu agora que os professores têm sentido ético e deontológico? Ainda vai a tempo. Reconhece que há razão para o mal-estar dos docentes e fica feliz porque essa “malandragem” até trabalhou?
Voltando ao início, baixar o insucesso escolar e o abandono é sempre positivo mas …
A baixa qualidade da política em Portugal transformou as questões da educação, mas não só, não numa área essencial em que deve imperar um sentido de estado e de futuro, mas numa arma ao serviço da agenda política. Governo e oposição servem-se dos problemas e das dificuldades, bem como de eventuais melhorias, para ataque ou defesa do que quer que seja, menos da qualidade do sistema educativo.
A Ministra e o Primeiro-ministro recusam a ideia de que parte da explicação do aumento do sucesso se deva ao chamado “facilitismo” enquanto a(s) oposição(ões) reclamam o contrário. Devo sublinhar que os próprios alunos, ainda fora da agenda política, referiram frequentemente a facilidade dos exames. Como é evidente qualquer resultado positivo na educação só pode envolver alunos, professores e pais, dizem alguns, incluindo a Ministra, mas como não? Seria imaginável ganhos de qualidade na saúde sem o envolvimento do pessoal médico e de enfermagem bem como da colaboração dos doentes nos processos terapêuticos?
Mas mais uma vez a agenda política vai determinar a análise dos dados hoje divulgados. As campanhas eleitorais estão à porta e a tentação é grande. Entretanto, a Ministra tenta amenizar o clima que instalou com a desastrada avaliação e o insustentável Estatuto afirmando que os professores conseguem separar o trabalho que fazem do mal-estar que sentem. Que raio de sentido tem esta afirmação? A Ministra só descobriu agora que os professores têm sentido ético e deontológico? Ainda vai a tempo. Reconhece que há razão para o mal-estar dos docentes e fica feliz porque essa “malandragem” até trabalhou?
Voltando ao início, baixar o insucesso escolar e o abandono é sempre positivo mas …
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