Era uma vez um homem que viveu toda a sua vida à sombra, sempre à sombra. Enquanto foi pequeno, na sua casa praticamente não davam por ele, vivia à sombra dos irmãos sobre quem recaíam as atenções familiares e ocupava sempre os espaços mais sombrios da família. Na escola também viveu à sombra, agora dos colegas mais competentes ou que se portavam mal, o que não acontecia com ele, sempre no canto mais recatado da sala onde a sombra o protegesse melhor. Até no recreio se mantinha discreto, sentado à sombra de uma enorme tília que existia a um canto do pátio escolar.
Quando cresceu, não encontrou alguém que lhe desse sombra e ele, naturalmente, não se sentiu capaz de ser o sol para outro alguém. Assim viveu, só, sempre triste, com uma permanente sombra no olhar e outra ainda maior no coração.
Velho, passava os dias, claro, à sombra das árvores do parque ou à sombra da sua casa. Vivia das suas sombrias recordações.
Quando partiu ninguém deu por isso. Ele próprio já era uma sombra.
Quando cresceu, não encontrou alguém que lhe desse sombra e ele, naturalmente, não se sentiu capaz de ser o sol para outro alguém. Assim viveu, só, sempre triste, com uma permanente sombra no olhar e outra ainda maior no coração.
Velho, passava os dias, claro, à sombra das árvores do parque ou à sombra da sua casa. Vivia das suas sombrias recordações.
Quando partiu ninguém deu por isso. Ele próprio já era uma sombra.
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