Ainda que com algum habitual atraso também Portugal se envolveu no movimento de desinstitucionalização das pessoas com doença mental. Os modelos defendidos pela comunidade científica actual, a defesa dos direitos humanos e da qualidade de vida, tornaram insustentável a manutenção das grandes instituições psiquiátricas que encerravam muitas câmaras de horrores e casos de isolamento e privação. Este universo é bem retratado no mítico “Jaime” de António Reis e Margarida Cordeiro. No entanto, este movimento de retirada das pessoas com doença mental das grandes instituições não está a ser devidamente suportada por unidades locais que providenciem apoio terapêutico, social e funcional tão perto quanto possível das comunidades de pertença dos doentes. A alternativa tem passado, sobretudo, pela integração em lares muitas vezes sem condições, sem apoios adequados e onde as condições de isolamento e guetização se mantêm comprometendo processos de reabilitação e inserção comunitária.
No fundo, mantém-se inalterada a situação, os doentes mentais são os mais desprotegidos dos doentes, pior, só os doentes mentais idosos. Os custos familiares e sociais da guetização são enormes e as consequências são também um indicador de desenvolvimento das comunidades.
No fundo, mantém-se inalterada a situação, os doentes mentais são os mais desprotegidos dos doentes, pior, só os doentes mentais idosos. Os custos familiares e sociais da guetização são enormes e as consequências são também um indicador de desenvolvimento das comunidades.
1 comentário:
Caro amigo:
Vou visitando o teu blog e sempre com proveito. É bom contar com pessoas que não só pensam independente mas o exprimem também. Só que isso tem custos mas tu tens mais que dinheiro para os pagar.
Amnhã vou para o teu querido Alentejo e venho de lá com um cheirinho de esteva.
Um abraço do
David
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