domingo, 16 de agosto de 2009

NÃO SE DIZEM ASNEIRAS

O nível e qualidade do discurso que está a ser produzido pelas elites políticas, todas, são de uma qualidade e elevação que antecipam campanhas eleitorais, no mínimo, estimulantes.
Ao pensar nisto lembrei-me de uma história conhecida cá em casa. Uma vez, depois de terminar umas pinturas realizadas com marcadores com ponta de feltro, o meu filho, aí por volta dos 5 anos, tentava tapar um dos marcadores mas a coisa não lhe estava a correr bem e os dedos já estavam a ficar esborratados. Como reacção ouviu-se um sonoro palavrão, daqueles que os adultos tentam explicar às criancinhas “que é feio dizer”. Pai empenhado na boa educação do rebento “peguei” no violino e em pianissimo procurei explicar que aquelas “palavras não se devem dizer”. O problema é que o gaiato olhou tranquilamente para mim e devolve, “mas tu dizes a jogar à bola”. Com o tempo acabou por aprender como, quase, todos nós, que todas as palavras podem ser ditas, às vezes até sabe mesmo bem dizer algumas daquelas, vocês sabem, mas não em todos locais e em todas as circunstâncias.
O problema de parte significativa desta gente que por aí anda no circo político, é que parece não ter atingido a maturidade e autonomia suficientes para perceber que não se pode dizer a primeira coisa que lhe passa pela cabeça, em qualquer circunstância, não sendo pois de estranhar o tom e o comportamento em algumas situações que temos vindo a assistir.

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