terça-feira, 11 de agosto de 2009

A GENTE QUE NÃO RESPEITA A GENTE

Da leitura da imprensa de hoje relevam algumas referências que exemplificam uma das características mais pesadas do clima social dos nossos dias, a fraude e o desrespeito pelo outro. Não me refiro a casos individuais, a carne é fraca, mas sim a uma espécie de comportamento colectivo que banaliza e tolera tal atitude. Segundo o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana muitíssimos jovens mentem, sobretudo sobre os seus rendimentos, nos processos de candidatura ao Programa Porta 65, arrendamento para jovens. A responsável pelo DIAP, Maria José Morgado, afirma que milhares de processos envolvendo empresas que não entregam as retenções de IRS e IVA estarão à beira da prescrição. A Ministra da Saúde refere que existirem casos de deliberada criação de situações facilitadoras da infecção de crianças pela gripe A bem como o não cumprimento de orientações de procedimentos para evitar o contágio. No Alentejo, coisa já conhecida por quem aqui anda, verificam-se situações de quase escravatura no trabalho agrícola envolvendo emigrantes ilegais.
Estas situações, são só um exemplo, parecem fazer parte da nossa paisagem social, sem causarem sobressaltos de maior.
Talvez seja do calor que hoje está bravo aqui no meu Alentejo, mas a minha confiança em que a gente é capaz de se preocupar com a gente de vez em quando, como agora, abana.

2 comentários:

o enoiro disse...

caro amigo dê uma olhada em http://deesgalhoabordao.blogspot.com e comente....

o enoiro disse...

boa tarde agradeço antes de mais o comentário ao meu post.
É claro que conheço a realidade dos imigrantes ilegais no Alentejo e as condições que eles enfrentam.
É claro que concordo em denunciar a situação, o que não concordo é que se cole o nome de uma povoação ao problema quando esta não tem nada a ver com a situação.
É por conhecer a realidade do que se passou em Selmes, onde o presidente da junta se interessou pela situação, onde se prontificou a ajudar, onde inclusive se disponibilizou para arranjar comida e condições para as pessoas que lá foram deixadas, que me deixou irritado.
O que me irritou na notícia foi a introdução estúpida que foi feita à Aldeia de Selmes, e a colagem do nome desta nobre terra ao problema em questão. Até parece que a situação só se passa em Selmes. O mais incrível ainda é que, usaram e abusaram, do nome da terra e nem sequer ouviram a opinião de alguém que estava a par da situação. Nas televisões foi a mesma história.
Mais um vez obrigado pela atenção de comentar um post meu.