Após quatro décadas de ligação
profissional ao universo da educação, em vários contextos e com intervenção de natureza
diferente, já me cansa ouvir falar do “superior interesse da criança” ou na sua
variante escolar “não prejudicar os alunos” para justificar tudo e mais alguma
coisa, incluindo o que desrespeita o "superior interesse" da ... criança e aluno. Em boa parte das circunstâncias o recurso a estas fórmulas apenas mascara ou pretende mascarar decisões, comportamentos e atitudes que não servem crianças e alunos, directa ou indirectamente.
Em termos globais, o que acautela “o superior
interesse da criança” ou “não prejudica” os alunos são políticas públicas sectoriais competentes, com visão a prazo, com sustentabilidade ainda que com rigor e sem
desperdício, com definição de prioridades que sirvam de facto os destinatários,
que capacitem, regulem, valorizem e avaliem de forma adequada toda a acção
desenvolvida pela generalidade dos actores envolvidos, que se libertem de
agendas de interesses corporativos ou partidários mas não ideológicos (sim, a
conflitualidade de visões é uma base de desenvolvimento e regulação que é
importante existir), etc.
O caminho é por aqui, se assim o
decidirmos.
Não é nada de extraordinário,
creio. Trata-se “apenas” de defender o “superior interesse da criança” e “não
prejudicar os alunos".
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