Segundo o Público, à boleia da
questão em torno da reposição dos salários dos professores, o Governo começa a
considerar a alteração da carreira docente, designadamente os mecanismos de progressão
e avaliação. Algumas vozes já se vão ouvindo preparando o caminho.
Não me parece estranho que se
actualizem enquadramentos legais, lembrando Camões, o mundo é composto de
mudança tomando sempre novas qualidades.
Já me parece mais curioso que
venha o argumentário dos “privilégios” face a outras carreiras da administração
e a questão da avaliação, justamente o núcleo duro da agenda dos “homens da luta” contra os
professores.
A verdade é que, de facto, a carreira
dos professores tem especificidades que a distinguem de outros grupos
profissionais e comparar o incomparável é demagógico mas pode render apoios e
os opinadores do costume terão a cartilha preparada.
Quanto à avaliação, a proposta de
Maria de Lourdes Rodrigues levantou sérias reservas não porque estivesse em causa
a importância da avaliação do trabalho dos professores como instrumento imprescindível
à qualidade. Os professores sabem isto melhor que ninguém, faz parte do seu
trabalho diário.
O que estava em causa é que o
modelo proposto era profundamente incompetente e estava a associado a uma
insustentável divisão dos professores entre titulares e “outros” que minou o
lima das escolas.
Fiquei inquieto com o que li e parece
desenhar-se, fez-me recordar Maria Lurdes Rodrigues e a sua famosa afirmação,
“Perdi os professores, mas ganhei a opinião pública”.
Será mau se for este o caminho.
As mudanças substantivas fazem-se com as pessoas não contra as pessoas.
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