terça-feira, 19 de junho de 2018

A EDUCAÇÃO E A ESCOLA PÚBLICA SOB FORTES ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

O clima instalado entre professores e ME parece continuar numa trajectória que inibe a negociação, única forma de recuperar alguma estabilidade, um bem de primeira necessidade em educação.
Este clima é propício e também se alimenta de discursos que ao abrigo de diferentes agendas muitos comentadores e figuras públicas vão produzindo.
Boa parte destes discursos promove de forma mais ou menos explícita a diabolização dos professores cavalgando o processo de reivindicação relativo à carreira, à progressão e ao estatuto salarial que, de acordo com o quadro legal, é justo na sua essência. Além disso, insistem em negar o óbvio, a carreira de professor tem especificidades que a torna ... específica e não demagogicamente comparada a todas (quase todas, evidentemente, com algumas não convém) as outras carreiras da administração. 
No âmbito destes discursos foi com alguma perplexidade e inquietação que vi mais um passo nesta escalada de instabilidade e ataque aos professores e à escola pública. A CONFAP alerta em comunicado que partindo das óbvias preocupações que decorrem da actual situação a reacção dos pais pode passar por ““repensar a política educativa sobre os contratos de associação ou outras formas que permitam a todas as famílias poderem fazer a sua escolha pela escola”, incluindo a escolha pelos colégios privados”, lê-se no Observador, claro, acrescento eu.
É evidente que a situação é preocupante, daí a exigência da negociação como única saída.
No entanto, uma nota para que acentuar que a esmagadora maioria dos professores desenvolve diariamente uma outra luta, a luta pelo desenvolvimento e sucesso do trabalhos dos alunos. Esta luta é desenvolvida muitas vezes em condições e com recursos pouco amigáveis, para ser simpático, mas a que a competência e sentido ético e deontológico tentam responder.
Sim, eu sei que temos ainda muitos problemas, um ainda pesado caderno de encargos. No entanto diariamente se processam trabalhos notáveis.
Apenas dois exemplos para que não nos esqueçamos.  
Uma primeira referência ao número muito significativo em termos comprados de alunos com notas de excelência e que frequentam escolas públicas.
Uma segunda nota para referir mais uma escola, apenas mais uma, em que o trabalho desenvolvido em circunstâncias adversas faz a diferença na vida dos alunos, promove competência, desenvolvimento, sucesso, alicerçando projectos de vida positivos, incluindo nos alunos que nascem para "cumprir o destino", o insucesso.

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