O clima instalado entre
professores e ME parece continuar numa trajectória que inibe a negociação, única forma de
recuperar alguma estabilidade, um bem de primeira necessidade em educação.
Este clima é propício e também se
alimenta de discursos que ao abrigo de diferentes agendas muitos comentadores e
figuras públicas vão produzindo.
Boa parte destes discursos promove de forma mais ou menos explícita a diabolização dos professores cavalgando o processo de reivindicação relativo à carreira, à progressão e ao estatuto salarial que, de
acordo com o quadro legal, é justo na sua essência. Além disso, insistem em negar o óbvio, a carreira de professor tem especificidades que a torna ... específica e não demagogicamente comparada a todas (quase todas, evidentemente, com algumas não convém) as outras carreiras da administração.
No âmbito destes discursos foi
com alguma perplexidade e inquietação que vi mais um passo nesta escalada de
instabilidade e ataque aos professores e à escola pública. A CONFAP alerta em
comunicado que partindo das óbvias preocupações que decorrem da actual situação
a reacção dos pais pode passar por ““repensar a política educativa sobre os
contratos de associação ou outras formas que permitam a todas as famílias
poderem fazer a sua escolha pela escola”, incluindo a escolha pelos colégios
privados”, lê-se no Observador, claro, acrescento eu.
É evidente que a situação é
preocupante, daí a exigência da negociação como única saída.
No entanto, uma nota para que
acentuar que a esmagadora maioria dos professores desenvolve diariamente uma
outra luta, a luta pelo desenvolvimento e sucesso do trabalhos dos alunos. Esta luta é desenvolvida muitas vezes em condições e com recursos pouco amigáveis, para ser simpático, mas a que a competência e sentido ético e deontológico tentam responder.
Sim, eu sei que temos ainda
muitos problemas, um ainda pesado caderno de encargos. No entanto diariamente se
processam trabalhos notáveis.
Apenas dois exemplos para que não
nos esqueçamos.
Uma primeira referência ao número
muito significativo em termos comprados de alunos com notas de excelência e que
frequentam escolas públicas.
Uma segunda nota para referir mais uma escola, apenas mais uma, em que o trabalho desenvolvido em circunstâncias adversas faz a diferença na vida dos alunos, promove competência, desenvolvimento, sucesso, alicerçando projectos de vida positivos, incluindo nos alunos que nascem para "cumprir o destino", o insucesso.
Uma segunda nota para referir mais uma escola, apenas mais uma, em que o trabalho desenvolvido em circunstâncias adversas faz a diferença na vida dos alunos, promove competência, desenvolvimento, sucesso, alicerçando projectos de vida positivos, incluindo nos alunos que nascem para "cumprir o destino", o insucesso.
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