Num exercício simplista poderia dizer
que a prazo desinvestir na educação sai mais caro que salvar um banco dos
desmandos delinquentes de administrações e de mercados desregulados.
O clima de instabilidade que está
instalado no universo da educação decorrente das questões profissionais que afectam os
professores, mas não só, justificaria um alerta vermelho.
Nesta matéria estamos todos
envolvidos, alunos, famílias, lideranças políticas, comunicação social, etc.,
pelo que, como sempre digo, muitos dos problemas dos professores são também
problemas nossos na medida em que se repercutem de diferentes formas na qualidade do trabalho de alunos e professores.
Neste quadro, parece-me sempre
importante sublinhar algo que de tão óbvio por vezes se esquece, a importância
essencial e a responsabilidade que o trabalho dos professores assume na
construção do futuro. Tudo passa pela escola e pela educação.
Alguns dos discursos que de forma
ligeira e muitas vezes ignorante ocupam tempo de antena na imprensa, parecem
esquecer a importância deste trabalho e das circunstâncias em que se desenvolve
bem como das condições profissionais do desempenho dos professores.
Como há dias escrevi, um dos
grandes problemas que aflige a educação em Portugal é que a educação é um
terreno altamente permeável e apetecível para as lutas de poder e controlo da
partidocracia vigente, muito divido entre quintais, corporações e umbiguismos que
lhe retira serenidade e alimenta uma gestão de interesses e das políticas
educativas com agendas de múltipla natureza.
A valorização social e
profissional dos professores, em diferentes dimensões é uma ferramenta
imprescindível a um sistema educativo com mais qualidade.
Os sistemas educativos com
melhores resultados são, justamente, os sistemas em que os professores são mais
valorizados, apoiados e reconhecidos.
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