É interessante ler a entrevista
de Kay Xander Mellish no Observador sobre políticas de família na Dinamarca. Eu
sei que as realidades não comparáveis e muito menos replicáveis.
No entanto existem sempre
aspectos que nos fazem reflectir e que de forma adequada podem ser inspiradores
de medidas e decisões neste âmbito.
Por múltiplas razões é
verdadeiramente urgente a definição de políticas de apoio à família com
impactos a curto e médio prazo como, por exemplo, a acessibilidade aos
equipamentos e serviços para a infância com o alargamento da resposta pública
de creche e educação pré-escolar, cuja oferta está abaixo da meta estabelecida
bem como combater a discriminação salarial e de condições de trabalho através
de qualificação e fiscalização adequadas.
É fundamental tornar o quadro
legislativo relativo à parentalidade mais amigo das famílias.
Defendo há muito a pertinência
de, em sede de Concertação Social, avançar com propostas de alteração
legislativa, sobretudo, na organização horária do trabalho que poderia, essa
sim, ter impacto na disponibilidade dos pais.
Não me parece impossível que em
muitas profissões os tempos de trabalho pudessem ter outra distribuição
permitindo mais tempo com os filhos e menos tempo destes na escola o que seria
um excelente contributo para a qualidade de vida das famílias.
É verdade que temos avançado mas
existe muito para fazer no domínio das políticas de família e da parentalidade.
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