Com algum embaraço confesso que a
generalidade dos debates sobre educação nos espaços políticos, caso da
Assembleia da República, não me suscitam particular interesse.
A partidocracia instalada leva a
que, independentemente das matérias em análisen, os interesses partidários conjunturais se sobreponham aos
interesses gerais, a conflitualidade que sendo importante e muitas vezes
estimulante e promotora de mudança, é assente em corporações de interesses e
clientelas que inibem a definição de rumos e de perspectivas que visem o
interesse geral.
No universo mais particular da
educação, devido ao peso e impacto social do sector, é ainda mais óbvia a
presença de interesses antagónicos que decorrem bem mais dos interesses da
partidocracia do que a consideração até ao limite da qualidade da educação e dessa qualidade acessível a todos os alunos.
Serve esta introdução para uma
nota breve do que a imprensa refere sobre o debate de hoje no Parlamento sobre a educação.
Nada de novo nos discursos, tudo
de velho nas atitudes.
De relevo apenas a informação de
que o ME irá disponibilizar 19 milhões de euros para formação de professores
que será de acesso gratuito.
É verdade que falta saber tudo,
em que áreas, com que conteúdos, para que destinatários, com que grau de
envolvimento dos professores na definição das suas necessidades de formação,
qual o grau de autonomia das iniciativas de formação a desenvolver, qual a
regulação da sua eficácia e qualidade, etc.
Não entendo que os professores portugueses sejam, em termos globais, menos competentes ou com pior formação do que seria desejável. No entanto, também sei que a as assimetrias de qualidade na oferta e a desregulação existente no funcionamento do sistema têm algum impacto. Creio também que nas salas de aula emergem diariamente desafios com contornos que exigem respostas que não podem ser “velhas”.
Neste sentido, retomar a oferta de formação acessível aos docentes parece-me algo de positivo. Aqui fica o registo.
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