quinta-feira, 28 de abril de 2016

O QUE NASCE TORTO ...

Como o povo diz, o que nasce torto tarde ou nunca se endireita. É o caso da narrativa sobre os exames e as provas de aferição de que se vai conhecendo o desenvolvimento.
Os que acompanham este espaço e o que penso sobre a educação sabem que entendo como indispensável a avaliação externa como também sabem que não me parece que essa a avaliação externa deva ser realizada através de exames, sobretudo no 1º ciclo.
Apesar deste entendimento recordarão que discordei da oportunidade e conteúdo da decisão de acabar com os exames finais do 1º e 2º ciclos e a introdução das provas de aferição em anos intermédios 2º, 5º e 8 anos. Não cumprem o que se espera de uma prova de “aferição”, são mais uma prova externa de diagnóstico a meio de um trajecto de ciclo o que, evidentemente, não é uma aferição.
Recordarão ainda que manifestei várias vezes a estranheza pelo atraso na definição do calendário de avaliação.
Depois, ao parece em entendimento como o Presidente da República, definiu que as provas de aferição não serão obrigatórias para este ano sendo as escolas a decidir se as realizam ou não.
O ME estabeleceu ainda que, se assim o entenderem, as escolas também podem realizar os exames finais de 4ºe 6º ano que foram abolidos. Como disse na altura esta deriva não serve o interesse da qualidade e serenidade do trabalho de alunos e professores.
A devolução às escolas da decisão de realizarem ou não as provas de aferição este ano bem como os finados exames do 4º e 6º causa perplexidade, tanto mais que foi em nome da “autonomia”. Como assim se para o ano passam a obrigatórias, acaba-se a autonomia?
Como seria de prever as comunidades educativas estão profundamente dividas, ao que parece, em muitos agrupamentos temos direcções, conselhos pedagógicos (professores) e também pais com posições diferentes.
Sou dos que acho que a conflitualidade não é necessariamente um problema mas a instabilidade é um grande problema de que o sistema educativo padece há muito e com custos fortíssimos.
Repito, este processo não podia ter sido assim. A reposição das provas de aferição fica seriamente ferida na sua intenção, impacto e percepção de importância.

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