Era uma vez um Rapaz. Andava na
escola mas não gostava muito. Não era bom aluno. Havia muitas coisas que não
sabia e, para dizer a verdade, nem percebia bem porque precisava de saber parte
das coisas que lhe queriam ensinar. Como não estava interessado, acabava por
não se comportar bem nas aulas.
Lá na escola não gostavam muito
dele, nem os professores, nem muitos colegas. Bom, o Manel e o João que eram
assim como o Rapaz, gostavam dele e os três davam-se bem. E a sua vida lá ia
andando, entre os ralhetes dos adultos, o desgostar das aulas e as asneiras com
o Manel e o João.
Um dia, ao sair de casa a caminho
da escola, ia a pensar em mais um dia igual aos outros quando na sua frente vê
um enorme espelho. Mesmo muito grande. Espantado olhou para o espelho, à espera
de ver devolvida uma imagem sua tamanho gigante, mas não foi isso que viu. O
espelho só tinha escrito frases que, a custo, começou a ler. “Rapaz, não
prestas”, “Rapaz, não sabes”, “Rapaz, não és capaz”, “Rapaz, não vais ser
alguém”, “Rapaz, só fazes asneiras”, “Rapaz, os teus amigos são tão maus como
tu”, “Rapaz, não vales nada”. Não leu mais.
Pegou numa enorme pedra e, com
raiva, estilhaçou o espelho.
O Rapaz apanhou um castigo bem grande.
Não se podem partir os vidros da escola.
Não se podem partir os vidros da escola.
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