De acordo com o calendário das
consciências cumpre-se hoje o Dia Mundial da Voz. Desde ontem que vários
especialistas intervêm na comunicação social e hoje decorrem várias iniciativas
em torno desta questão, a Voz e a atenção e cuidado que merece.
Considerando justamente a importância
da voz aqui fica um contributo sobre a importância e a atenção que deveremos
dar à voz.
Na verdade, existem milhares de
pessoas cuja voz ninguém escuta, caso da voz de muitas minorias. Provavelmente
nem voz têm ou é muito baixa. É certo que em algumas circunstâncias, por
exemplo em campanhas eleitorais, fica bem escutá-los, de passagem é claro.
Parece-me importante que se
atente na voz dos velhos, escuta-se pouco os velhos sós, que vivem isolados e
que sobrevivem com pensões de miséria.
Continuo a achar que nem sempre
damos a atenção que exige a voz dos miúdos. Existem muitos que, por mais alto
que gritem, ninguém os escuta.
Sabemos das crianças maltratadas
e de mulheres vítimas de violência cuja voz é quase sussurrante e inaudível.
É preciso ouvir a voz de centenas
de milhares de desempregados, muitos deles sem acesso a subsídios de desemprego
ou a outras formas de apoio que lhes sustentem, no mínimo, a dignidade.
Não parece ser suficientemente
audível a voz de um mundo de jovens com dificuldades enormes para entrar no
mercado de trabalho e que vêem comprometida a possibilidade de um projecto de
vida.
Soa muito baixa a voz as pessoas,
muitas pessoas, sem médico de família e em listas de espera intermináveis para
a prestação de cuidados de saúde que cada vez se tornam mais caros e
inacessíveis.
Também parece necessário dar
atenção à vos dos injustiçados por um sistema de justiça caro, ineficaz, moroso
e desigual.
De facto, parece indiscutível a
necessidade de providenciar à voz, às vozes, a atenção e cuidados que merece,
que merecem.
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