Naquela terra onde acontecem coisas havia um homem chamado Surfista. Desde cedo revelou uma enorme capacidade para apanhar boas ondas, quer com mar flat, quer com mar grande.
Quando jovem, o Surfista procurou sempre a onda que garantisse maior projecção de modo a que os seus aéreos fossem bem visíveis. Por vezes lá realizava uns drops, mas rapidamente, mesmo que fosse necessário mudar de discurso, ideias ou grupo recorria a uma cavada e retomava a crista da onda onde, de novo, coreografava vistosos aéreos, 360º ou até, porque o Surfista é bom, conseguia um outro aéreo 360º, uma das mais difíceis manobras em cima de uma onda.
Em grande, o Surfista aproximou-se daquela zona cinzenta, próxima dos corredores do poder, onde, independentemente dos donos conjunturais do poder, é possível para alguém especialista em ondas conseguir boas e duráveis prestações.
Assim, o Surfista, homem habituado a todas as condições de mar, do flat ao grande, ao swell, ao offshore, etc. sempre conseguiu escolher as manobras mais ajustadas e que lhe permitiram manter-se na onda, qualquer onda.
Actualmente, para não variar, o Surfista corre a onda do poder instalado, com excelente posição e proveito na administração de uma empresa de capitais públicos, como já tinha acontecido nas ondas do poder anterior, e do poder anterior do anterior.
É certo que é uma vida esforçada, sempre a nadar, com os olhos postos na próxima onda, mas tem as suas compensações.
Vida de Surfista, surfista social
Sem comentários:
Enviar um comentário