Num dia destes, já depois das aulas terminadas, a Maria entrou na biblioteca e foi ter com o Professor Velho, o que está na Biblioteca e fala com os livros.
Velho, agora já não temos aulas, posso ficar mais tempo, conta uma história como da outra vez.
Olá Maria, e que história queres que te conte?
Uma que seja bonita.
O que é uma história bonita?
Então Velho, uma história em que entrem pessoas boas, aconteçam coisas engraçadas e que no fim a gente fique contente.
E que são as pessoas boas.
Oh Velho só fazes perguntas. Pessoas boa são aquelas que tratam bem as outras pessoas, que falam e brincam com os miúdos.
E o que são coisas engraçadas?
Não sabes?! São aquelas coisas que acontecem na vida da gente que são divertidas e que dão vontade de rir quando as contamos depois às outras pessoas.
Só mais uma coisa Maria. Como são as histórias que no fim nos deixam contentes?
Que perguntas Velho! São as histórias que quando acabam nós ficamos contentes, não ficamos tristes e aborrecidos, em que as pessoas que entram na história também se divertem. Mas contas uma história ou não?
Agora já posso contar uma história, a que tu me contaste. Começa assim. Era uma vez duas pessoas boas, a Rita e o João a quem aconteciam sempre coisas engraçadas. Um dia ...
2 comentários:
Na escola, todos os dias acontecem histórias bonitas e engraçadas, se estivermos atentos.
Era uma vez...uma menina que estava de castigo, sentada no chão do corredor, fora da sala de aula. Sentada pertinho da porta da minha sala. Eu tinha terminado o meu trabalho lectivo. Saí da sala e vi a Maria sózinha. Desta vez,não estavam outros amigos. Como é hábito, brincar com eles, brinquei com a Maria. Olá! o que estás aqui a fazer? A Maria respondeu, com uma expressão meiga e um pouco aborrecida -"Estou de castigo..."!
- A sério? Perguntei eu, enquanto fechava a porta.Continuei - Bem...vamos imaginar que ali está o mar...e tu sentada na toalha de praia a brincar e aqui até está sol. O tempo passa num instante. Esta quase a tocar. A Maria sorriu. E numa atitude irrequieta com a maior paciência do mundo naquela situação, questionou-me.
- Olha...eu sei que és professora. Mas és professora de quê? O que é que ensinas aos meninos que vão aí?
Fiquei mesmo aflita. nunca nenhuma criança me tinha feito esta pergunta. E eu não sabia como responder, no meio da surpresa da pergunta. E fui respondendo devagarinho...dando voltas e voltas à chave da porta. - Bem...aqui..nós fazemos jogos...escrevemos histórias. Lemos livros...mas de histórias...e fazemos desenhos...enfim...fazemos muitas coisas... A Maria com uma expressão sorridente e já em pé...respondeu-me. - Sabes...eu também gosto muito de fazer desenhos, ouvir e ler histórias. Posso ir para a sala dos meninos felizes? Respondi...sorrindo. - Amanhã conversamos sobre isso. Os meninos felizes que a Maria se referia...sem saber, eram os meninos que tem apoio de Educação Especial. Foi a forma que encontrei, de momento, para lhe explicar que professora era eu. Compreendi, que a Maria queria estar comigo. No dia seguinte, levei-a...contei-lhe uma história, fez um desenho e pediu-me para fazermos um jogo. -Há...é mesmo a sala dos meninos felizes e da professora dos sorrisos!!
A Maria queria voltar todos os dias...mas não podia...não precisava de apoio em Educação Especial. Ou será que podia? Os afectos viviam naquela porta da escola. Ãssim...Era uma vez...duas amigas, que `às vezes partilhava-mos umas coisas, como as histórias contadas ao som da música clássica dos meus cd´s, na sala dos "meninos felizes", como uma coisa só nossa.
Também soube de uma criança que dizia à professora que não sabia fazer as tarefas para poder ir para a sala de apoio fazer coisas giras
Enviar um comentário