sábado, 30 de julho de 2011

A RACIONALIDADE DA OFERTA FORMATIVA

O Ministério da Educação decidiu suspender a abertura de novas turmas de ensino de adultos enquanto não estiver garantido o financiamento que viabilize o seu funcionamento. Este financiamento depende de fundos comunitários no âmbito do Programa Operacional de Potencial Humano, (as designações dos inúmeros Programas Comunitários mereciam, só por si, um estudo).
Os alunos já inscritos e os potenciais candidatos terão assim de aguardar por novas oportunidades.
Esta questão leva-me a uma nota telegráfica sobre a oferta formativa em Portugal. De há muito que defendo a necessidade de se estruturarem diferentes percursos de formação que tenham como fim último a qualificação, de qualidade naturalmente, para todos os cidadãos, única forma de promover desenvolvimento e combater a exclusão e pobreza. Acontece que o nosso sistema esteve demasiado tempo excessivamente centrado num determinado tipo de percurso induzindo níveis insustentáveis de abandono e insucesso.
Como resposta, começou a emergir a oferta de outras alternativas, com diferentes públicos como alvo e com frequentes dificuldades de afirmação e aceitação pois eram, por vezes, socialmente percebidas como “escola de segunda”, para falhados ou para menos capazes.
Tal caminho fez instalar nas nossas escolas um conjunto enorme de possibilidades que, mesmo para quem se move no sistema, não fica fácil de entender e, por exemplo, explicar a alguém que caminho pode fazer, tantas são as alternativas.
Talvez fosse a altura de reflectir sobre a oferta formativa disponível, avaliar o impacto, a qualidade e a eficácia e promover alguma racionalidade e clareza que lhe desse solidez, coerência e, sobretudo, contribuísse para o grande objectivo, a qualificação dos alunos.

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