Um dia destes, o Francisco esteva há algum tempo na biblioteca da escola a olhar para as estantes com livros e o Professor Velho, o que está na biblioteca e fala com os livros, achou-o um bocadinho estranho, parecia que estava olhar para os livros mas sem verdadeiramente os ver, com um ar assim como que reflexivo ou, como dizem os miúdos, com ar de quem está noutra.
O Professor Velho achou por bem interpelá-lo à saída.
Olá Francisco, não encontraste o que procuravas, precisas de ajuda?
Não Velho, não encontrei o que procurava e acho que tu também não podes ajudar.
Mas em que estás interessado que seja assim tão difícil encontrar.
Estou interessado no Futuro. Velho, gostava de perceber um bocado melhor o que vai ser o Futuro.
Como assim?
Tenho que decidir agora no 9º ano o que vou escolher para continuar a estudar e para isso precisava de saber mais sobre o Futuro.
Mas se tens algumas dúvidas podes pedir ajuda ao teu director de turma, acho que o Professor Júlio te poderia esclarecer.
Já falei com ele Velho e fiquei mais ou menos na mesma. O problema não é o que escolho agora, isso eu sei. Quero mesmo estudar ciências.
Então não percebo Francisco.
Todos os adultos, professores e pais passam o tempo a dizer que está tudo muito difícil, que estão com medo do Futuro, que não sabem como vai ser, que é complicado aguentar e mais coisas deste tipo.
E?
Não percebes Velho? Com todos assustados com o Futuro e sem saber o que fazer, como é que eu vou poder escolher como vai ser o meu Futuro. São grandes, têm experiência e estão cheios de medo como é que eu vou saber o que fazer?
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