A DECO alerta hoje, pode ver-se no Público, para algumas lacunas contidas na directiva comunitária sobre segurança dos brinquedos que hoje entra em vigor.
Alguns especialistas e a Associação para a Promoção da Segurança Infantil têm vindo regularmente a alertar para os riscos que os brinquedos, pela sua confecção ou utilização, podem conter, acentuando a necessidade de garantir até ao limite a sua segurança. Alertam ainda para o papel dos pais como os "verdadeiros inspectores" da segurança dos brinquedos.
Parece pois justificada a preocupação expressa pela DECO. No entanto, no que respeita à segurança dos miúdos chamo a atenção para o facto de continuarmos a ser um dos países da Europa com taxa mais alta de acidentes domésticos envolvendo crianças. Neste universo salientam-se casos trágicos de quedas de varandas ou janelas e afogamentos que já esta ano vitimizaram fatalmente algumas crianças.
O que me parece importante sublinhar é que num tempo em que os discursos e as práticas sobre a protecção da criança estão sempre presentes e em que a referência aos perigos dos brinquedos é recorrente, também se verifica um número altíssimo de acidentes o que parece paradoxal.
Por um lado, protegemos as crianças de forma que, em algumas circunstâncias e do meu ponto de vista, me parece excessiva face às suas necessidades de autonomia e desenvolvimento e, por outro lado e noutros contextos, adoptamos atitudes e comportamentos altamente negligentes e facilitadoras de acidentes que, frequentemente, têm consequências trágicas.
E não vale a pena pensar que só acontece aos outros.
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