Um dia destes, depois da manhã curtinha na praia, preparava-me para o almoço quando me chamou a atenção uma peça num jornal televisivo sobre as férias dos miúdos.
Era referida a necessidade, óbvia, de ocupação das crianças nas férias, sobretudo quando os pais não estão e mostra-se um grupo de crianças, numa escola, sentadas a mesas de trabalho a realizar as incontornáveis fichas.
Foram ouvidas duas meninas que de forma "entusiasmada" se referiram às férias que estavam a passar. Percebi ainda que as meninas achavam as professoras simpáticas. Pensei que teria havido engano na peça. O que se estava a ver era, basicamente, um dia normal de trabalho escolar. Tornei-me mais atento.
Mas era mesmo um trabalho sobre as férias. Umas das "professoras simpáticas" explicava que as crianças já tinham visitado um espaço com a animais e já tinham ido, num outro dia a um outro local que não percebi.
Continuo a pensar que há aqui um enorme equívoco. Tempo de férias, uma sala de aula, fazer fichas escolares, professoras ainda que simpáticas, tudo isto não parece ir bem em conjunto.
Tanto para fazer em férias. Tantas coisas que habitualmente não cabem na escola, mas cabem no tempo de férias nos miúdos. Claro que podem ler e escrever nas férias, é bom ler e escrever, mas numa sala de aula? Nas fichas do costume? Porquê?
Será que alguém de nós, os privilegiados que temos férias, achamos interessante, passá-las, mesmo que apenas uma parte, no local de trabalho?
1 comentário:
concordo, e é nestas alturas que me lembro na minha infancia de adorar sentir a areia fresca nos pes, de enfiar as mãos na areia, de andar descalça pelo mato a apanhar pinhas mesmo que me aleijando. sentar-me ao fim do dia a partir varios pinhoes para os comer todos juntos..e sempre li, mesmo ai, havia sempre tempo para ler um livro e me perder pelas aventuras que me proporcionavam.
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