sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CRÓNICAS DA PRAIA - Os dias limpos

Hoje quando cheguei à praia, cedinho como eu gosto, coisa de mais velho é claro, notava-se uma diferença significativa para os últimos dias.
O tempo, o dia, não sei exactamente como lhe chamar, estava de uma limpidez, uma transparência, espantosa. Olhava-se para o lado sul e via-se o recorte da costa até ao Cabo Espichel de tal forma nítido que tudo parecia mais próximo. Nos últimos dias o tempo em andado carregado com uma névoa que nos faz ver o mundo como que embaciado.
Acaba por ser semelhante, creio, com o que genericamente se vai passando com a nossa vida. Muitas vezes parece que apesar de ser dia ou termos luz, tudo nos parece um pouco enevoado, mais distante, menos perceptível, menos luminoso. É curioso que nem sempre percebemos porque vemos as coisas assim.
Por outro lado, felizmente, vêm dias e noites que nos parecem luminosas, em que tudo se torna claro. É verdade, há noites mais luminosas que muitos dias. Tudo é visível e límpido, mesmo que seja inverno.
Ainda bem que hoje fui à praia, estava um dia limpo.

Sem comentários: