Pois é, mudam-se os tempos mudam-se as vontades. Durante muitos anos "pãozinho sem sal" era algo de negativo, ninguém queria ser um "pãozinho sem sal". Então quando era uma rapariga a achar que éramos um "pãozinho sem sal", a auto-estima ficava de rastos. Agora, parece, "pãozinho sem sal" vai tornar-se elogio, significará certamente alguém de saudável, com bom senso e com o "tempero" adequado. Para muitos virá tarde a mudança.
Mais a sério, a regulamentação de matérias que impliquem comportamentos no chamado estilo de vida, consumo de álcool e tabaco são bons exemplos, despertam sempre alguma reactividade e alguns discursos que referem o excesso de intromissão em áreas que consideram do foro das liberdades individuais. Entendo os discursos mas compreendo e aceito que comportamentos que se transformam em grandes problemas de saúde pública possam ser objecto de regulação sem ferir os direitos e liberdades individuais.
Serve esta introdução para referir que me parece positiva a definição de limites no uso do sal para fazer o pão, dado os níveis de consumo de pão na dieta dos portugueses e o volume de sal nele incorporado. Com efeito, o consumo de sal em Portugal é altíssimo e uma causa conhecida e reconhecida de seriíssimos problemas de saúde. É evidente que o pão não é a única fonte do excesso de sal o que significa a necessidade de iniciativas e programas que previnam e promovam, com bom senso e sem fundamentalismos, estilos e hábitos que nos proporcionem melhor qualidade de vida.
3 comentários:
Editorial do Público, hoje:
«Países como a Inglaterra ou a Finlândia conseguiram bons resultados apenas com campanhas, sem nenhuma lei, mas Portugal, que tem por hábito inventar leis para tudo, aprovou mais esta.»
Mas por decreto tem outro sabor (que será insosso, claro).
O precedente deu-se. Agora é atacar noutras frentes: açucar nos cereais, etc, etc, etc.
O seu texto parece-me sério e equilibrado! E, infelizmente, não temos uma sociedade que mude alguma coisa, sem uma lei...e mesmo com lei...vá lá, vai...
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