O DN faz-se hoje eco de uma situação que é bem conhecida por parte das famílias com crianças em idade escolar, o facto de as livrarias tentarem impor a compra dos manuais escolares em pacote o que é contra a lei. Não sei se por ingenuidade ou ironia até se afirma na peça que as coimas são pesadas e que no ano passado se verificaram alguns processos resultantes de inspecção, como se em Portugal as coimas tivessem algum valor dissuasor.
Já em referi há dias à questão dos manuais a propósito de ter sido notícia o baixo valor do seu aumento, o que me pareceu curioso. Na altura chamei a atenção para o facto de nos custos com os manuais ser necessário considerar o preço de uma série de outros materiais como livros de fichas que, por vezes, nem são contemplados nos apoios sociais escolares e que os alunos são “obrigados” a comprar pois complementam os manuais que, graças ao número excessivo de disciplinas, já são em número significativo. Acontece que, como se sabe, muitas livrarias organizam o pacote global dos manuais e materiais de apoio determinados pelas escolas da zona e apenas aceitam dos pais a encomenda ou a compra do pacote no seu conjunto. Verifica-se também em algumas circunstâncias a oferta de facilidades de pagamento o que sendo positivo face às dificuldades de muitas famílias, acaba por ser uma forma de impor, fidelizando, a compra em conjunto de todos os materiais.
Estas práticas comerciais e, sobretudo, o resultado para as famílias mostram, mais uma vez, como a “tendencial gratuitidade” da nossa escolaridade obrigatória é cada vez mais uma leve tendência e cada vez menos gratuita.
1 comentário:
Pois é,para além de receber os manuais embalados em papel transparente com um ou dois livros de fichas incluídos(que dizem não ser obrigatório),ainda nos deparamos com os alunos contemplados com escalão A,a terem como gratuítos 4 livros,sim QUATRO!E os outros 5?Afinal,escolaridade obrigatória a que custo?Dos 200€ de total,a família pagará 150€ só de livros,e os materiais?Transportes...Realmente não se percebe como os cidadãos se continuam a calar,e a enterrar em empréstimos para pagar empréstimos,é lamentável.Um abraço.
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