Apesar de ainda ontem ter aqui abordado a questão da saúde mental, retomo o tema considerando o nível de sofrimento e mal-estar que afecta muita gente e tem subido significativamente sem que, por vezes, seja reconhecido.
De acordo com o Infarmed, em 2021
venderam-se em Portugal uma média diária de 28 mil embalagens de
antidepressivos.
Os dados referem-se aos primeiros
nove meses do ano em que foram vendidas mais de 15,7 milhões de embalagens de
ansiolíticos, sedativos, hipnóticos e antidepressivos. Esta subida está em
linha com anos anteriores.
A estes dados faltará do volume de situações de mal-estar não abordadas através dos fármacos, as não tratadas e o contributo da automedicação apesar da exigência de prescrição médica para este
consumo. Este quadro levará a que o número de consumidores seja superior às prescrições e número global de situações de mal-estar seja bem superior aos indicadores de consumo.
Ainda não há muito tempo aqui
referi um estudo divulgado em 2021 realizado pelo investigador na área da
economia da saúde da Nova SBE, Pedro Pita Barros, “Acesso a cuidados de saúde -
As escolhas dos cidadãos 2020, em que se referia que 10% dos portugueses não
vão ao médico quando sentem algum mal-estar e que desta população, 63% recorre
à automedicação.
Um outro trabalho, “Automedicação
na comunidade: Um problema de saúde pública”, publicado em 2019 e desenvolvido
pela Escola Superior de Saúde de Viseu -IPV, mostrou que nos participantes,
zona norte e centro de Portugal, a prevalência de automedicação ao longo da
vida foi de 74,1% e nos seis meses anteriores, de 59,9%.
É ainda de referir que Portugal é
o quinto país da OCDE no que respeita ao consumo destes fármacos.
Tem sido também divulgado que
estruturas do Serviço Nacional de Saúde ou privadas têm disponibilizado linhas
de apoio de natureza psicológica como também o têm feito outras identidades ou
mesmo através de iniciativas de natureza individual.
Também sabemos que o impacto de
problemas de saúde mental ou de bem-estar psicológico qualidade de vida de
pessoas e famílias é fortíssimo.
A situação que vivemos torna tudo
mais difícil, mas importa estar atento e ter confiança que na forma como iremos
saindo dela estará contemplada a promoção da saúde mental
Existe muita gente a passar mal,
pode ser na casa do lado.
No entanto, como agora se diz, somos
resilientes e queremos viver, seremos capazes de continuar.
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