sábado, 15 de janeiro de 2022

SERENIDADE, PRECISA-SE

 Achei interessante e bem actual a entrevista que li no Expresso a Pedro Caldeira da Silva, director de Pedopsiquiatria do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central. Na entrevista, Pedro Caldeira da Silva apela ao “libertar” das crianças, ao “deixá-las em paz” face a à forma como lidamos com a actual situação pandémica hipervalorizando receios e medos que têm gerado nos mais novos um acréscimo de situações de ansiedade e depressão como várias vezes aqui tenho referido nos últimos tempos com base em dados conhecidos.

Como é óbvio, não tenho dúvidas que a maioria dos discursos e comportamentos a que se refere Pedro Caldeira da Silva decorre da preocupação com o bem-estar educativo e não só de crianças e adolescentes.

E justamente em nome do bem-estar dos mais novos creio que seria de facto necessário um discurso à sua volta que fosse tranquilizador, realista, informado e informador, mas sereno e confiante. É claro que muito tempo fora da escola, todas as circunstâncias que se têm vivenciado num clima pouco amigável, podem ser geradores de alguma ansiedade e receio em todos, mas sobretudo nos mais pequenos ou mais vulneráveis.

A motivação da estadia na escola, a relação com colegas e professores e alguma tranquilidade nos discursos e comportamentos familiares são factores de protecção para esta eventual ansiedade e receio e nesse sentido teremos de assumir maior intencionalidade nos discursos e comportamentos.

Os miúdos sentir-se-ão melhores, comportamento gera comportamento.

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