Achei interessante e bem actual a entrevista que li no Expresso a Pedro Caldeira da Silva, director de Pedopsiquiatria do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central. Na entrevista, Pedro Caldeira da Silva apela ao “libertar” das crianças, ao “deixá-las em paz” face a à forma como lidamos com a actual situação pandémica hipervalorizando receios e medos que têm gerado nos mais novos um acréscimo de situações de ansiedade e depressão como várias vezes aqui tenho referido nos últimos tempos com base em dados conhecidos.
Como é óbvio, não tenho dúvidas
que a maioria dos discursos e comportamentos a que se refere Pedro Caldeira da Silva decorre
da preocupação com o bem-estar educativo e não só de crianças e adolescentes.
E justamente em nome do bem-estar
dos mais novos creio que seria de facto necessário um discurso à sua volta que
fosse tranquilizador, realista, informado e informador, mas sereno e confiante.
É claro que muito tempo fora da escola, todas as circunstâncias que se têm vivenciado
num clima pouco amigável, podem ser geradores de alguma ansiedade e receio em
todos, mas sobretudo nos mais pequenos ou mais vulneráveis.
A motivação da estadia na escola,
a relação com colegas e professores e alguma tranquilidade nos discursos e
comportamentos familiares são factores de protecção para esta eventual
ansiedade e receio e nesse sentido teremos de assumir maior intencionalidade nos
discursos e comportamentos.
Os miúdos sentir-se-ão melhores,
comportamento gera comportamento.
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