Era uma vez um homem que, como quase todas as pessoas, quando se aproximava o fim do ano estabelecia planos para tentar mudar na sua vida os aspectos que menos o satisfaziam. É claro que estas mudanças seriam tentadas a partir do dia primeiro do ano que vinha novo. Nos seus planos de mudança, tanto cabiam as decisões de maior envergadura e dificuldade, procurar mudar de emprego por exemplo, andava desmotivado, achava-se subaproveitado e mal pago, como também cabiam aspectos de outra natureza como não responder (quase) sempre friamente à mulher, falar mais com os miúdos, cuidar melhor de si, ser mais simpático com os colegas, etc.
O problema é que durante os anos, todos os anos, as
promessas mantinham-se, eram basicamente as mesmas e as mudanças ficavam por
cumprir, todas.
O mal-estar do homem avolumava-se num ciclo crescente, mais
promessas, ausência de mudanças, mais frustração e a situação tornou-se
insustentável. Um dia, perto do fim do ano, tomou a grande decisão, acabaram-se
as promessas, deixou de dar corda ao relógio, o tempo parou, o Ano Novo não
chegou e o homem adormeceu.
Ainda não acordou.
Sem comentários:
Enviar um comentário