Ao ler que entre 10 e 19 de Janeiro em crianças e jovens até aos 19 anos se verificaram perto de 10000 infecções diárias é impossível não sentir uma forte inquietação.
Nas escolas uma parte significativa
de alunos vai estando ausente das aulas à vez pois o tempo de isolamento foi
reduzido.
Não tenho a menor dúvida que é
profundamente difícil gerir equilibradamente um problema sério de saúde pública
conjugado com um também sério problema de saúde educativa.
Todos os profissionais das
escolas, também eles em situação vulnerável, estarão a fazer um esforço brutal
para contenção de danos que importa reconhecer e evitar discursos tentadores de
responsabilização em nome de uma falsa ideia de que as escolas é que decidem o
que fazem, baralhando uma ideia séria de autonomia com um facilitista “desenrasquem-se”.
Lembrei-me de uma conhecida
afirmação do banqueiro Fernando Ulrich a propósito das dificuldades dos
portugueses no período mais pesado da austeridade, à pergunta sobre se o país
aguentaria mais autoridade, respondeu levianamente “Ai aguenta, aguenta”,
esquecendo-se do preço altíssimo que muita gente pagou e ainda paga.
Será que crianças, jovens,
profissionais das escolas, pais, profissionais de saúde aguentam?
Quero acreditar que sim, mas
preocupa-me muito o preço.
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