Uma das referências mais presentes nos discursos destes tempos tem sido o medo, o desconhecimento, a rapidez, os discursos falados e escritos, o impacto brutal na nossa vida, geraram uma enorme inquietação, medo. Agora que se começa a falar na reversão de algumas restrições … refere-se o medo, outra vez o medo.
No entanto, o medo, os medos, estão sempre presentes e no
mundo em que me movo, a educação, os medos são objecto de questões frequentes,
sobretudo em conversas com pais, mas também com os mais novos.
De uma forma geral e apesar das preocupações que sempre
emergem, as falas dos pais dos gaiatos mais pequenos parecem um pouco mais
serenas que as que oiço a pais de gente um pouco mais velha, adolescentes, por
exemplo. Na verdade, por várias razões, os pais dos adolescentes, parecem,
quase sempre, um pouco mais assustados, por assim dizer.
Por outro lado, muitos pais expressam forte inquietação com
os medos que acham que os seus filhos revelam e, logo de seguida, dos muitos
medos que eles próprios parecem sentir, seja pelos medos dos filhos, seja pelos
seus próprios medos.
Costumo dizer que os que de nós, e somos muitos, lidamos com
miúdos e o seu universo, quer como "amadores", quer como
"profissionais, temos a responsabilidade de manter o optimismo necessário
e suficiente para acreditar que somos capazes de com eles construir um mundo
onde caibam os seus, nossos, projectos, apesar de saber, aprendi há muito, que
muitos percorrerão uma estrada difícil, cheia de curvas e de riscos a que
alguns, esperemos que poucos, terão grande dificuldade em sobreviver sem consequências
sérias.
Apesar de nos dias de chumbo que vivemos também perceber
muitos medos no que se ouve e lê vindo dos pais ou dos miúdos, continuo
convicto de que chegaremos a um depois deste sonho mau e outros dias mais
radiosos virão.
Vamos lá, tenho a certeza.
Por nós, pelos nossos filhos, pelos filhos dos nossos filhos
…
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