Gostei de ler uma oportuna
reflexão de João Ruivo, “Sobre a qualidade na educação”.
Na mesma linha e como muitas
vezes tenho dito e escrito sou dos que entendo a necessidade de mudanças em
matéria de currículo, de autonomia, de recursos e organização das escolas, etc.
e também muitas vezes tenho afirmado as razões para tal entendimento.
Por outro lado, e como também já
disse, não simpatizo com a recorrente e desgastante referência à necessidade de
inovação em educação ou de uma "nova forma de ensinar" e, muito
menos, à "revolução" que alguns afirma estar em curso ou é necessária.
Mudar algo no que se faz e na forma como se faz
não é o mesmo que inovar, fazer qualquer coisa de novo. Nestas matérias, talvez
de forma simplista mas é intencional, penso como Almada Negreiros quando
referia na "Invenção do Dia Claro”, "Nós não somos do século de
inventar palavras. As palavras já foram inventadas. Nós somos do século de inventar
outra vez as palavras que já foram inventadas”.
Dito de outra maneira, já
conhecemos as palavras da educação, apenas temos que ir ajustando o que fazemos
com elas.
A história recente mostra que as múltiplas
alterações que em matéria de educação, designadamente ao nível do currículo, se
foram produzindo sempre aconteceram sem que se assegurasse a avaliação séria do
que está em vigor e qual o sentido da mudança. A experiência mostra ainda que
as sucessivas alterações foram produzidas sem que se procurasse, não digo um
consenso pois sei que em educação e em Portugal é quase impossível face a
agendas e corporações de interesses, mas o envolvimento e participação dos
diferentes actores intervenientes nos processos educativos na construção das
alterações.
Sei que que é mais simples de
dizer e escrever mas creio que será o melhor caminho para o futuro.
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