domingo, 31 de março de 2019

GOSTEI DE LER "SOBRE A QUALIDADE NA EDUCAÇÃO"


Gostei de ler uma oportuna reflexão de João Ruivo, “Sobre a qualidade na educação”.

Na mesma linha e como muitas vezes tenho dito e escrito sou dos que entendo a necessidade de mudanças em matéria de currículo, de autonomia, de recursos e organização das escolas, etc. e também muitas vezes tenho afirmado as razões para tal entendimento.
Por outro lado, e como também já disse, não simpatizo com a recorrente e desgastante referência à necessidade de inovação em educação ou de uma "nova forma de ensinar" e, muito menos, à "revolução" que alguns afirma estar em curso ou é necessária.
Mudar algo no que se faz e na forma como se faz não é o mesmo que inovar, fazer qualquer coisa de novo. Nestas matérias, talvez de forma simplista mas é intencional, penso como Almada Negreiros quando referia na "Invenção do Dia Claro”, "Nós não somos do século de inventar palavras. As palavras já foram inventadas. Nós somos do século de inventar outra vez as palavras que já foram inventadas”.
Dito de outra maneira, já conhecemos as palavras da educação, apenas temos que ir ajustando o que fazemos com elas.
A história recente mostra que as múltiplas alterações que em matéria de educação, designadamente ao nível do currículo, se foram produzindo sempre aconteceram sem que se assegurasse a avaliação séria do que está em vigor e qual o sentido da mudança. A experiência mostra ainda que as sucessivas alterações foram produzidas sem que se procurasse, não digo um consenso pois sei que em educação e em Portugal é quase impossível face a agendas e corporações de interesses, mas o envolvimento e participação dos diferentes actores intervenientes nos processos educativos na construção das alterações.
Sei que que é mais simples de dizer e escrever mas creio que será o melhor caminho para o futuro.

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