Está marcada
para hoje à tarde em Lisboa uma manifestação dos professores tendo por razão
central a questão da contagem do integral do tempo do tempo de serviço
congelado durante os mais famosos 9 anos, 4 meses e 2 dias da história recente embora existam outros pontos importantes motivo de contestação.
Como é óbvio não sei que consequências
terá e também a sua expressão embora antecipe alguma divergência quanto ao
número de participantes, faz parte deste tipo de eventos. Veremos se replica o 8 de Março de 2008 no tempo de má memória de Maria de Lurdes Rodrigues. No que respeita ao resultado
e aguardando o que acontecerá no Parlamento não será hoje que saberemos.
Já escrevi muitas vezes sobre o
conflito. Do meu ponto de vista, os 9 anos, 4 meses e 2 dias não considerados estão
dentro da lei, são reconhecidos por todos os envolvidos e não estão sujeitos a
discussão em modo souk marroquino em que o preço pedido e o preço final são
ajustados num modelo que radica na cultura. O que está em causa será o modo e o
faseamento no cumprimento da lei. Não sei qual a melhor a forma de o realizar mas é isso que
deverá ser negociado.
No entanto, existem algumas
coisas que eu sei, alguns exemplos.
Sei que alguns dos problemas dos
professores são também problemas nossos. Sempre assim acontece quando está em
causa a qualidade da educação e da escola, pública ou privada, e o trabalho de
alunos, professores e pais.
Sei que em sociedades abertas os sistemas educativos
com melhor qualidade, independentemente dos critérios de qualidade são, em
regra, os que mais valorizam os professores, em termos sociais, em termos
profissionais e também no estatuto salarial.
Sei também que muitos discursos
produzidos pela tutela nos últimos anos, muitos discursos de representantes dos
professores e de alguns professores, muitos discursos de opinadores ignorantes
e/ou com agenda são fortes contributos para o clima que se vive nas escolas.
Sei também que o futuro passa
pela educação e pela escola donde …
Sei que a defesa da qualidade da
educação e da escola, pública e também privada, passam incontornavelmente pela
defesa e valorização das condições de trabalho, em diferentes dimensões, que
possibilitem que o trabalho de escolas, professores, directores, técnicos,
funcionários, alunos e pais tenha o melhor resultado possível.
Mas não sei o que vai acontecer.
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