Depois de ontem ter escrito sobre
a tragédia e a desesperança da violência brutal numa escola em S. Paulo e na
Nova Zelândia hoje quero sublinhar um sinal de esperança. Recordando as palavras de José Afonso, depois da morte sair à rua, a esperança saiu à rua.
Adolescentes e jovens de muitos
mundos desta Terra que é única e está fortemente ameaçada vieram para a rua
dizer que é preciso parar. Não temos alternativa a esta Terra e é nela que tem
de existir futuro para eles.
É importante a posição e
esperemos que se torne num movimento robusto de exigência e promoção de
mudança.
Muitas vezes, quando olho para os
meus netos, penso o que estará lá mais para a frente à espera deles. Aquilo que
eu e a minha geração fizemos não é particularmente animador e chegámos a pensar
que tínhamos tudo nas nossas mãos.
Neste mundo mágico da avozice e
em múltiplas conversas com o Simão, cinco anos de experiência de uma
intensidade iluminada, quando ele faz perguntas ou sugere respostas, ideias,
planos, actividades sem fim acrescenta com muita frequência, “é não é, avô?”. E
o avô, eu, encantado com a responsabilidade do “saber” securizante dos Velhos
digo, “É Simão, é assim, tudo bem”.
Um dia destes, provavelmente
daqui a algum tempo, talvez me questione, “Avô, eu e o meu irmão vamos ter uma
terra bonita para a gente viver. É, não é Avô?”. Terei de lhe responder, “Acho que
sim Simão, tu, o teu irmão e todos os miúdos do mundo vão ter uma terra bonita
para viver, mas terão ser vocês a cuidar dela e comecem já.”
Não se distraiam gente, terão que
ser vocês.
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